26 fev, 2023 - 18:29 • Susana Madureira Martins , com redação
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusa o ministro das Finanças, Fernando Medina, de fazer de conta que não sabe de nada do que se passa na TAP.
Catarina Martins reage assim à notícia sobre o projeto de parecer da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) que detetou irregularidades no caso da indemnização de 500 mil euros paga à ex-gestora Alexandra Reis.
No final da reunião da Mesa Nacional do Bloco, Catarina Martins registou o que considera ser o esforço do ministro em manter desconhecimento sobre tudo o que está relacionado com a companhia aérea.
Consequências legais ou políticas a tirar do relatório da Inspeção-Geral de Finanças, Catarina Martins não tira nenhumas porque o documento ainda não é público.
Mas a líder bloquista não deixa de estranhar o que diz ser o faz de conta do ministério de Fernando Medina de que não sabe de nada sobre o que se passa na TAP.
“Eu julgo que com o que se sabe das notícias, há claramente consequências que vão ter que se retirar sobre a validade do contrato e depois há uma outra parte que é responsabilidade política. E fica cada vez mais difícil que o Ministério das Finanças continue a fazer de conta que nunca sabe de nada do que se passa na TAP.”
“A tutela da TAP é dividida entre as Infraestruturas e das Finanças e do ponto de vista da nomeação dos representantes do acionista Estado é uma responsabilidade do Ministério das Finanças”, sublinha a coordenadora do BE.
Catarina Martins aproveitou ainda para dar um remoque duplo: ao Presidente da República e ao Governo sobre as alegadas novas medidas de apoio que aí vêm.
“Ouvi ontem o Sr. Presidente da República a dizer que o Governo devia ponderar novos apoios sociais. Sem prejuízo dos apoios sociais quando eles são necessários, é bom que não nos enganemos. O país que sai à rua não quer uma política de pequenos apoios, reivindica habitação, salários, políticas económicas de equilíbrio face a uma especulação que torna os preços incomportáveis”, defende a líder do BE.
Na reunião deste domingo, a Mesa Nacional do Bloco aprovou regras para a convenção de maio. Por exemplo, que todas as sensibilidades no partido tenham o mesmo tempo de intervenção e com o lema “Levar o país a sério”.