16 mar, 2023 - 16:20 • Manuela Pires , Teresa Paula Costa
O Chega deve ter um vice-presidente na Assembleia da República, defendeu esta quinta-feira o líder do PSD, Luís Montenegro.
Esta tarde, os deputados votam, pela quarta vez, um nome do Chega, para a vice-presidência da Assembleia da República, neste caso, Jorge Galveias. Enquanto na última votação, o líder da bancada social-democrata tinha enviado um email aos deputados a pedir para votarem a favor, desta vez, o tema nem sequer foi discutido na reunião da bancada parlamentar.
Questionado pelos jornalistas no final da reunião, Luís Montenegro esclareceu que “não há nenhuma alteração na posição do Partido Social Democrata”.
“O PSD respeita a Constituição da República e o Regimento”, e “quer a Constituição, quer o Regimento determinam que as quatro vice-presidências na Assembleia da República devem corresponder aos quatro maiores partidos políticos com representação parlamentar”.
“Acho que qualquer democrata devia pugnar para que a Constituição e o Regimento se cumprissem”, acrescentou Luís Montenegro.
Luis Montenegro defendeu também que o Banco Central Europeu deve fazer uma avaliação a par e passo da subida das taxas de juro.
“O BCE tem seguido esta linha”, considerou Montenegro, que lamentou que apesar de ser “uma linha que produz esse efeito”, “até ao momento, apesar de ter havido já uma amenização dos valores da inflação, ainda não foi suficientemente forte para poder chegar aquilo que interessa que é a vida das pessoas”.
Banco Central Europeu argumenta que é preciso um "(...)
Por isso, o líder social-democrata defende que a taxa “tem de ser atualizada a cada momento, com a realidade sócio económica da Europa e do mundo” e “também a evolução que acontece nos mercados financeiros”.
O líder do Partido Social-Democrata disse ainda esperar que a viabilização, por parte do Partido Socialista, dos projetos-lei social-democratas sobre habitação não seja “nem cinismo nem hipocrisia política” do PS.
Socialistas abstiveram-se na votação dos diplomas (...)
Luís Montenegro acusa o PS de “fazer de conta que anda a dialogar ou estimular o diálogo político na assembleia da República, escondendo aquilo tem sido um uso e abuso da sua maioria absoluta”.
Para o líder dos social-democratas, o PSD está agora mais forte do que há um ano.
Discordando da leitura que o Presidente da República revelou na entrevista que deu à RTP e ao jornal Público e na qual Marcelo Rebelo de Sousa disse que ainda não há uma alternativa forte ao PS, Luís Montenegro considerou que “um ano passado, a oposição está mais forte, o Partido Social-Democrata está mais forte e o Governo está mais fraco”.
Para o líder dos social-democratas, “isso é indiscutível”.
Recusando “entrar em diálogo de análise política” com o Presidente da República, Montenegro considerou que “o Partido Socialista perdeu uma parte significativa da confiança eleitoral que teve há um ano atrás” e “essa parte da confiança significativa deslocou-se para a direita do partido socialista, não exclusivamente para o PSD, mas para outras forças partidárias”.