05 abr, 2023 - 12:49 • Ricardo Vieira
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A Presidência da República esclarece que "nunca contactou a TAP" sobre uma viagem de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique.
Em resposta enviada à Renascença, o Palácio de Belém toma posição sobre o caso levantado na audição de terça-feira à CEO da TAP, na comissão parlamentar de inquérito.
"O Presidente da República deslocou-se a Moçambique em março de 2022. A viagem foi tratada pela agência de viagens habitual, que terá feito várias diligências e acabou por encontrar uma alternativa com a TAAG, via Luanda, no dia 23, mas o regresso de Moçambique acabou por se verificar a 21 de março de 2022, num voo regular da TAP (TP182)", explica o Palácio de Belém.
A Presidência da República garante que "nunca contactou a TAP, nem nenhum membro do Governo sobre tal assunto".
Também esclarece que "nunca solicitou a alteração do voo da TAP, se tal aconteceu terá sido por iniciativa da agência de viagens".
A mensagem de Hugo Mendes foi lida na comissão par(...)
O gabinete do Presidente da República refere que tomou conhecimento da questão no dia 11 de fevereiro de 2002, "quando a CEO da TAP perguntou ao Chefe da Casa Civil, num jantar no Eliseu, a convite do Presidente Macron, a propósito da Saison Croisée França Portugal, se Sua Excelência o Presidente da República tinha solicitado a mudança do voo da TAP de 24 de março, o que foi imediatamente desmentido”.
O caso da viagem a Moçambique saltou para a esfera pública na audição de ontem à CEO da TAP, na comissão parlamentar de inquérito.
Christine Ourmières-Widener também questionada pela Iniciativa Liberal (IL) sobre uma viagem do Presidente da República, a Moçambique, em março do ano passado, em que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes pediu para mudar o voo de Marcelo Rebelo de Sousa.
"Bom dia, sei que isto é um incómodo para ti, mas não podemos mesmo perder o apoio político do Presidente da República. Ele tem-nos apoiado no que diz respeito à TAP, mas se o humor dele mudar, tudo se perde. Uma frase dele contra a TAP ou o Governo e ele empurra o resto do país contra nós. Não estou a exagerar. Ele é o nosso principal aliado político, mas pode transformar-se no nosso pior pesadelo", citou Bernardo Blanco, deputado da IL.
Christine Ourmières-Widener disse que "desconfiou do pedido" e certificou-se que a antecipação do voo não veio do Palácio de Belém.
"Não fiquei surpreendida deste pedido não ter origem na Presidência da República, mas talvez de alguém no processo que achou que era uma boa ideia. Este voo não foi alterado e o Presidente encontrou outra solução. Não fiquei surpreendida, o Presidente nunca nos pediria para alterarmos um voo. Neste caso teria impacto em mais de 200 passageiros", disse aos deputados a CEO da TAP.