12 abr, 2023 - 16:58 • José Pedro Frazão
O eurodeputado do PSD José Manuel Fernandes apela à coragem de Marcelo Rebelo de Sousa para dissolver o Parlamento. Em declarações ao programa “Casa Comum” da Renascença, o chefe da delegação do PSD no Parlamento Europeu defendeu que o Presidente da República não deve valorizar em excesso as sondagens na sua avaliação política.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta semana que “não há uma alternativa óbvia em termos políticos” ao Governo que , diz o Presidente da República, não se pode escudar apenas na sua maioria absoluta no Parlamento.
“O Presidente da República deve ter a coragem de, se necessário, dissolver a Assembleia da República, independentemente do que os estudos de opinião possam dizer. Neste momento, Portugal só ganhava com um novo Governo, independentemente de quem ganhasse ou do resultado das eleições. Isso significa que há uma alternativa”, responde José Manuel Fernandes às palavras do Chefe de Estado dirigidas ao Governo e à oposição.
O eurodeputado social-democrata argumenta que a questão da TAP mostra “descaramento, mentira e leviandade” por parte de um Governo cuja gestão “não é de longo prazo, mas de sobrevivência política”, criticando o Executivo pelas suas políticas económicas, de saúde e educação. “Pior do que estamos é difícil ficarmos”, remata José Manuel Fernandes que participou esta semana no espaço de debate na Renascença, em parceria com a Euranet- Rede europeia de rádios.
No mesmo programa, o socialista Porfírio Silva acusou o PSD de “surdez seletiva” face às palavras do Presidente da República, sublinhando as críticas dirigidas por Marcelo Rebelo de Sousa ao estado da oposição partidária. “ A única linha política consistente do PSD em relação ao Presidente da República é ouvir apenas metade do que este diz”, salienta o deputado do PS que acusa o PSD de meter todos os casos no mesmo saco.
“Efetivamente, o Governo tem cometido erros, mas a avaliação desses erros tem sido utilizada por alguma oposição para confundir tudo”, insiste Porfírio Silva que rejeita a tese de uma governação de curto prazo, dando exemplos como o “ máximo histórico no emprego” ou “uma capacidade exportadora ou de investimento como nunca tivemos”. Sobre a possível dissolução do Parlamento, Porfírio Silva apenas reconhece que é “ um dos poderes importantes do Presidente da República” de que nenhum Chefe de Estado “pode ou deve abdicar”.