14 abr, 2023 - 15:14 • Lusa
O primeiro-ministro, António Costa, disse esta sexta-feira que não teve conhecimento da reunião preparatória de uma audição com a ex-CEO da TAP, que foi criticada pela oposição, e desvalorizou a polémica, mas considerou que essas reuniões são normais.
Garantindo que a reunião "não teve nada a ver com a comissão parlamentar de inquérito [à gestão da TAP]", mas "com uma audição parlamentar normal", o primeiro-ministro adiantou que quando era secretário de Estado e ministro dos Assuntos Parlamentares "era muito frequente haver reuniões de preparação das audições".
O primeiro-ministro falava à margem da assinatura do protocolo de colaboração com a Fundação Repsol - Projeto Motor Verde +Floresta, no Salão Nobre do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, Tapada da Ajuda, Lisboa.
Deputado do PS afirma querer terminar com o "clima(...)
Sobre a saída hoje anunciada do deputado socialista Carlos Pereira da comissão parlamentar de inquérito da TAP, António Costa escusou-se a comentar, dizendo que não faz "comentário político" enquanto chefe do Governo.
"Eu não faço comentário político enquanto primeiro-ministro. Aquilo que desejo é que a Assembleia da República prossiga o seu trabalho, a comissão parlamentar de inquérito faça o seu trabalho, ouça as diferentes versões que as pessoas vão apresentando, vá recolhendo informação e tire depois as conclusões", disse aos jornalistas.
"Aguardemos serenamente pelas conclusões da comissão parlamentar de inquérito, porque é assim que uma democracia madura funciona. Aquilo que eu desejo é que esta comissão parlamentar de inquérito, como qualquer outra, apure a verdade e que se tirem as consequências", acrescentou.
Os últimos dias têm sido agitados no Parlamento. U(...)
A saída da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, hoje anunciada pelo deputado Carlos Pereira, surge na sequência de uma notícia avançada na quinta-feira pelo jornal Correio da Manhã sobre um alegado perdão de parte (66 mil euros) de uma dívida de Carlos Pereira enquanto avalista de uma empresa que faliu em 2015.
O deputado, que era até hoje coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP, decidiu deixar todas as suas funções neste órgão parlamentar, o que explicou, numa nota enviada na quinta-feira à noite à Lusa, com a necessidade de "proteger os resultados a apurar na comissão de inquérito e salvaguardar os superiores interesses do Partido Socialista".
Carlos Pereira foi relator da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD entre 2000 e 2016, cujas conclusões - conhecidas em julho de 2017 -- apontavam para "erros de análise" no processo de recapitalização do banco e afastavam a possibilidade de a administração ter sido pressionada para conceder créditos a figuras próximas de governos do PS.
O deputado garantiu também que é "falso que tenha havido um perdão", favorecimentos ou incompatibilidades.