25 abr, 2023 - 13:14 • Lusa
O presidente do Chega considerou que “de nada vale celebrar Abril” se a justiça não funcionar, referindo o caso do antigo primeiro-ministro José Sócrates, e defendeu que os portugueses vivem um “dos momentos mais negros”.
“De nada vale celebrar Abril se não concretizarmos aquilo que os portugueses mais esperam de nós, que a justiça verdadeiramente chegue a este país. E ela tarda tanto, tanto, tanto, que muitos já perderam a fé e a esperança”, afirmou.
André Ventura considerou necessário devolver a justiça a Portugal, sustentando que os portugueses “sabem que já não vale de nada celebrar, se a conta não chegar para o supermercado, se quando vão a tribunal perdem o ordenado para pagar custas judiciais, se quando chegam ao fim do mês têm a Autoridade Tributária a pedir impostos, mas veem que outros que nada pagam têm todas as benesses e benefícios do Estado”.
Antes, o líder do Chega referiu-se ao antigo primeiro-ministro José Sócrates como “suspeito de roubar os portugueses em milhões de euros milhões”, antecipando que “não irá provavelmente a julgamento”.
O dirigente do Chega disse que “quem roubou milhões anda de cravo ao peito, mas fica com os milhões na carteira”.
Ventura deixou também um “enorme aplauso, orgulho sentido e admiração aos valorosos juízes, procuradores, inspetores da PJ que, mesmo com todo o condicionamento, mesmo com todas as mordaças que o Governo quer pôr na justiça, não tiveram medo e no momento mais difícil levantaram-se para dizer que o lugar do ladrão é na prisão”.
Na sua intervenção, o presidente do Chega defendeu também que este é um “dos momentos mais negros dos portugueses” que “não conseguem pôr comida na mesa”.
André Ventura começou a sua intervenção referindo-se à cerimónia de boas-vindas ao Presidente do Brasil - durante a qual o Chega protestou -, reiterando que constituiu um “tremendo erro”.
“Normalizar a corrupção e branqueá-la, para nós, nunca será solução, esta casa não pode ser um circo de corrupção”, afirmou.
O presidente do Chega considerou também que “as mesmas autoridades portuguesas que enviaram material militar para a Ucrânia, que ouviram Zelensksy, receberam hoje, aqui, um Presidente que atacou a União Europeia por ajudar militarmente a Ucrânia”.
Ventura acusou o presidente da Assembleia da República e o Presidente da República de darem “a mão a Zelensky durante o dia e a mão a Lula e à China durante a noite”, classificando esta posição de “vergonha e hipocrisia tremenda”.
André Ventura afirmou igualmente que "o Chega está só e continuará a estar só neste parlamento".
"Nada me orgulha mais a mim e a esta bancada parlamentar quando são todos contra um grupo que defende portugueses de bem e os portugueses que verdadeiramente trabalham", indicou.
Numa intervenção em que saltou de tema em tema, o presidente do Chega considerou também que não foi dada "a dignidade que mereciam" a "milhões de retornados, de espoliados do Ultramar" e voltou a garantir que "se essa alternativa um dia chegar, a primeira prioridade vai ser para esses homens e mulheres, para esses milhões de famílias que enquanto viam outros roubar tudo, ficaram sem nada em Portugal".
André Ventura discursou sem cravo ao peito, tal como se encontram os deputados da sua bancada, ao contrário da maioria dos deputados dos outros partidos.