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25 de Abril

Marcelo defende que Portugal deve pedido de desculpa pelo período colonial

25 abr, 2023 - 14:01 • Lusa

Presidente da República assume posição a propósito da sessão de boas-vindas ao Presidente brasileiro, Lula da Silva.

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O Presidente da República defendeu esta terça-feira que Portugal deve um pedido de desculpa, mas acima de tudo deve assumir plenamente a responsabilidade pela exploração e pela escravatura no período colonial.

Marcelo Rebelo de Sousa assumiu esta posição no seu discurso na sessão solene comemorativa do 49.º aniversário do 25 de Abril na Assembleia da República, a propósito da sessão de boas-vindas ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, que aconteceu imediatamente antes, o que no seu entender "faz todo o sentido", porque o Brasil "foi precursor na descolonização".

"Também isso nos serve para nós olharmos para trás, a propósito do Brasil. Mas seria também possível a propósito de toda a colonização e toda a descolonização, e assumirmos plenamente a responsabilidade por aquilo que fizemos", considerou.

"Não é apenas pedir desculpa -- devida, sem dúvida -- por aquilo que fizemos, porque pedir desculpa é às vezes o que há de mais fácil, pede-se desculpa, vira-se as costas, e está cumprida a função. Não, é o assumir a responsabilidade para o futuro daquilo que de bom e de mau fizemos no passado", defendeu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a colonização do Brasil também teve fatores positivos, "a língua, a cultura, a unidade do território brasileiro".

"De mau, a exploração dos povos originários, denunciada por António Vieira, a escravatura, o sacrifício do interesse do Brasil e dos brasileiros", apontou.

"Um pior da nossa presença que temos de assumir tal como assumimos o melhor dessa presença. E o mesmo se diga do melhor e do pior, do pior e do melhor da nossa presença no império ao longo de toda a colonização", acrescentou.

Veja o discurso de Marcelo na sessão solene do 25 de Abril
Veja o discurso de Marcelo na sessão solene do 25 de Abril
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  • Armando
    27 abr, 2023 Évora 00:44
    A miserável criatura de marcelo caetano ataca de novo, desta vez com a doutrina da vitimização e do políticamente correcto..
  • eduardo santos
    25 abr, 2023 fátima 19:06
    Também o nosso PR entra no revisionismo da história? Deveras confrangedor, para não dizer algo mais duro. Talvez o sr. PR devesse olhar para aqueles que se sacrificaram pela pátria, antigos combatentes, para os quais ainda não teve um gesto de apreço. Muito obrigado.
  • EU
    25 abr, 2023 PORTUGAL 16:25
    Há 50 anos, neste dia estava de PREVENÇÃO na cidade de Silva Porto em Angola. O dia correu normal e a noite para o dia seguinte também. Mas passados estes 50 ANOS, ainda não ouvi os Senhores que falam no PÚLPITO da AR referirem esta data sem AGRADECEREM aos Capitaes de Abril. Deviam isso sim, MENCIONAR os MILITARES de Abril. Digo, porque já disse aqui RR várias vezes, a OPERAÇÃO MILITAR correu bem porque os SOLDADOS e graduados MILICIANOS já estavam fartos de serem carne para canhão. Eu sou o TERCEIRO FILHO de uma Mãe que esteve SEIS ANOS e MEIO sem os filhos, pois ESTIVEMOS todos no Ultramar, dois em Angola e um em Moçambique. Em 1972 estava a prestar serviço militar na Repartição de Mobilizados na avenida de Berna em Lisboa. Como estava estacionado no Trem Auto, fui aí chamado para receber a guia de marcha com destino ao RAL 1, pois tinha sido mobilizado. Desloquei-me à secção de pessoal e pedi para expor a minha situação. Fui recebido por um TENENTE e disse que já tinha tido LÁ 2 irmãos, que minha Mãe era viúva e pedia para não ser mobilizado. Esse Senhor perguntou " TENS LÁ? ", respondi que já tinham estado lá e a resposta foi " TIVESTE, MAS AGORA NÃO TENS ". Concerteza esse(s) Senhor(es) hoje é ( são) Corone(is)l ou Genera(is)l e como tal sabe perfeitamente como TRATAVAM os subalternos. Assim, a UM ANO de distância, aconselho o Senhor Presidente da República a repensar o PRÓXIMO discurso, uma vez que não consigo entrar no SIT da Presidência da República. Bom FERIADO.
  • Pede-as tu!
    25 abr, 2023 Portugal 13:55
    Então peça desculpas, mas quando for um cidadão simples e cujas desculpas não vinculem o Estado. A não ser que esteja preparado para pagar do seu bolso as centenas de milhares de pedidos de indemnização que se vão seguir a esse pedido oficial de "desculpas" por ter feito algo que era comum e visto como vulgar na época em questão.

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