Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Santos Silva exclui Chega de visitas a parlamentos estrangeiros

26 abr, 2023 - 14:24 • Lusa

Presidente da Assembleia da República diz que representantes do Chega demonstraram que não garantem, "a 100%, que respeitam altas entidades". Ventura diz que é "atitude vingativa, infantil e ditatorial".

A+ / A-

O presidente da Assembleia da República excluiu o Chega das delegações das visitas a parlamentos estrangeiros, após o incidente na sessão de boas-vindas a Lula da Silva, que será discutido em conferência de líderes em 10 de maio.

De acordo com uma nota do gabinete do presidente da Assembleia da República, Santos Silva comunicou esta quarta-feira à conferência de líderes que, "sempre que as suas deslocações em visita oficial a outros parlamentos incluam contactos com chefes de Estado, chefes de Governo ou ministros dos Negócios Estrangeiros", deixará de ser acompanhado por deputados do Chega.

Na nota, Santos Silva considera que, pela sua prática, os representantes do Chega demonstraram que não garantem, "a 100%, que respeitam essas altas entidades e, em geral, as obrigações de respeito e cortesia que há muito caracterizam e distinguem a ação externa de Portugal".

"Este critério aplica-se de imediato e significa a exclusão de qualquer representante do Grupo Parlamentar do Chega", lê-se na nota.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do Chega, André Ventura, considerou que esta decisão constitui "o grau zero da democracia" e qualificou-a de "atitude vingativa, infantil e ditatorial".

"O Chega manifestou-se ontem [terça-feira], como o país todo viu, foi uma manifestação dentro do nosso mandato de deputados e enquanto representantes do povo português. A aplicação de sanções apenas desprestigiam o parlamento e acentuam um clima de conflitualidade já de si latente", disse.

O líder do Chega acrescentou ainda que não há "nenhuma norma regulamentar nem regimental que permita a aplicação de sanções" e defendeu que a decisão de Santos Silva é "pura arbitrariedade e discricionariedade".

Contrariando esta versão, Pedro Delgado Alves salientou que esta decisão tem "toda a base formal", uma vez que só cabe ao presidente da Assembleia da República decidir a composição das delegações que o acompanham ao estrangeiro.

"Não é uma sanção, é apenas dizer que, quem não está disponível no exterior, nem disponível esteve em sua casa, para respeitar um chefe de Estado estrangeiro (...) seguramente não pode arriscar a credibilidade, o prestígio, o respeito que a Assembleia da República quer que os outros Estados aliados, amigos, tenham pela República Portuguesa", disse.

Na conferência de líderes, ficou também decidido que, no dia 10 de maio, será feita uma análise e reflexão sobre o incidente protagonizado pelo Chega durante a sessão de boas-vindas ao Presidente do Brasil, Luiz Inácio "Lula" da Silva.

Nessa sessão, no início do discurso de Lula da Silva, os deputados do Chega levantaram-se e empunharam três tipos de cartazes, nos quais se lia "Chega de corrupção", "Lugar de ladrão é na prisão" e outros com as cores das bandeiras ucranianas.

O Presidente do Brasil continuou o seu discurso durante mais alguns minutos, mas mal houve uma pausa, as bancadas à esquerda e do PSD aplaudiram entusiasticamente, enquanto os deputados do Chega batiam na mesa, em jeito de pateada, o que levou Augusto Santos Silva a intervir.

"Os deputados que querem permanecer na sala têm de se comportar com urbanidade, cortesia e a educação exigida a qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal", afirmou Santos Silva, visivelmente irritado.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • José J C Cruz Pinto
    27 abr, 2023 ÍLHAVO 10:45
    E esta dos "politicamente correctos" virem dizer que os bandalhos devem ser considerados como gente séria e merecedora de especial respeito, só porque distraídos, inconscientes (ou outros seus semelhantes) os "elegeram", daria vontade de rir, se não fosse trágico. É o mesmo que, num assalto eminente à mão armada, defender que o assaltante deve ser respeitado e até cumprimentado, até ao exacto momento em que concretize o assalto, agredindo ou matando o assaltado e ficando com o produto do roubo. Aqui, o ladrão é o "Dito-Cujo Partido da Vergonha Transbordante", e a vítima é a Democracia. Se e quando ela for assasinada, então queixem-se!
  • António dos Santos
    26 abr, 2023 Coimbra 19:17
    Concordo plenamente com a posição do presidente do Parlamento. O comportamento do chega foi uma canalhice, pareciam uns garotos com birra. Estas pessoas não têm dignidade para ser deputados e representantes do povo português. Pois Portugal precisa de deputados com coluna vertebral e sérios. Havia de haver no regimento do Parlamento uma figura jurídica que desse a possibilidade ao presidente do Parlamento expulsar os deputados com comportamentos iguais a este.
  • Sara
    26 abr, 2023 Lisboa 17:36
    Envergonhar o nome de.portugal o ps e o PSD já o fazem há muito tempo, acabar com os portugueses é a vossa função, os que trabalham ganham menos que as minorias protegidas, descontam,. trabalham até morrer e não tem direito a nada, os nossos filhos foram embora, o nosso governo já nem.portugues fala, oferece medalhas a quem nada fez, um circo de pessoas doentes, está na hora!
  • Joaquim Correto
    26 abr, 2023 Paços 17:21
    Muitíssimo bem, o Chega só envergonha o país!
  • José J C Cruz Pinto
    26 abr, 2023 ÍLHAVO 14:21
    E seria bom que o Regimento da Assembleia passasse a prever (porque, aparente e infelizmente, parece ainda não o prever) que sempre que algum deputado abandalhasse uma sessão (solene ou não) como o "Dito-Cujo Partido da Vergonha Transbordante" o fez já por diversas vezes, o bandalho fosse (após votação sumária) imediatamente removido da sala, se necessário com recurso a uma autoridade policial.
  • Timbo Caspite
    26 abr, 2023 Lisboa 13:42
    A verdade dói e incomoda! Chega de corrupção! Chega de mentira! Chega de hipocrisia! CHEGA!

Destaques V+