27 abr, 2023 - 20:30 • Manuela Pires
A Iniciativa Liberal (IL) critica o facto de o Governo ter demitido primeiro os administradores da TAP e só depois ter pedido a fundamentação jurídica.
Depois de ler os documentos enviados pelo Governo à comissão parlamentar de inquérito (CPI), o deputado Bernardo Blanco diz que no Governo não foram consensuais os argumentos para demitir por justa causa a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, e o chairman da companhia aérea, Manuel Beja.
“E podemos até dizer que mesmo dentro do Governo, na relação entre os próprios ministério, esses argumentos para a fundamentação jurídica não eram consensuais. Obviamente que nós não podemos revelar a documentação, que será revelada durante a Comissão, mas prova-se claramente que primeiro o Governo decidiu e só depois é que foi à procura da tal justa causa que cada vez é mais difícil de encontrar”, garante Bernardo Blanco.
O coordenador da Iniciativa Liberal na comissão parlamentar de inquérito à TAP revela ainda aos jornalistas que a reunião entre a CEO da TAP, o deputado do PS e os assessores do Governo foi mesmo para preparar as perguntas e as respostas para a comissão de economia no dia seguinte no parlamento. E que neste caso o Ministério dos Assuntos Parlamentares não esteve envolvido.
Os deputados da comissão de inquérito à TAP estão (...)
“Cada vez mais há indicações que essa reunião preparatória foi para combinar perguntas e respostas. E sabemos também que a CEO teve acesso a essa reunião, através de um link enviado pelo Governo. E neste caso Ministério dos Assuntos Parlamentares serviu apenas de ponte e não esteve envolvido”, garante o deputado liberal.
Bernardo Blanco revelou ainda aos jornalistas que a Iniciativa Liberal pediu mais informações sobre as viagens do presidente, porque nos e mails enviados ao parlamento é dito que já antes tinha acontecido alterar um voo, e os liberais querem ter mais informações.
“Nós pedimos documentação sobre isso. O que eu posso dizer é que essa documentação não veio completa. Não responderam a tudo e uma parte é contraditória com outra informação enviada. Por isso nós voltamos a pedir informação sobre se houve anteriormente uma alteração no voo”, adiantou o deputado liberal.