Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Líder da JS desafia "todos os democratas" da JSD a demarcarem-se do Chega

07 mai, 2023 - 08:46 • Susana Madureira Martins

Miguel Costa Matos critica o que considera ser a "ambiguidade" do líder da Juventude Social Democrata sobre o Chega e apela aos jovens da "direita moderada" que se demarquem daquele partido. Numa carta aberta divulgada este domingo, o secretário-geral da Juventude Socialista pede mesmo aos membros da JSD que "quebrem a ortodoxia partidária e afirmem a oposição" a um eventual entendimento "ativo ou passivo" do PSD com André Ventura.

A+ / A-

O líder da Juventude Socialista (JS) apela "a todos os democratas da JSD" que "quebrem a ortodoxia partidária" e tracem uma "linha vermelha" em relação ao Chega. Miguel Costa Matos pede aos jovens sociais-democratas que se demarquem do que considera ser a "ambiguidade" do PSD sobre a relação com o partido liderado por André Ventura.

Numa carta aberta divulgada este domingo no jornal Público e a que a Renascença teve acesso, o dirigente socialista faz um apelo aos membros da JSD para que se oponham "a qualquer cenário" em que o Chega possa "participar ou apoiar, ativa ou passivamente, por atos ou omissões, numa governação do PSD".

Miguel Costa Matos salienta na carta aberta que "a defesa da democracia precisa da direita moderada" e desafia os jovens social democratas a insurgirem-se "por muito que tal" lhes "prejudique" o "futuro político".

O líder da JS critica o líder da JSD, Alexandre Poço por ser "coerente em não traçar linhas vermelhas com o Chega" e atira à direção de Luís Montenegro pela "persistente ambiguidade" sobre um apoio do Chega a uma "eventual governação do PSD".

À boleia do que aconteceu na sessão de boas vindas do presidente do Brasil no Parlamento e protesto do Chega, Costa Matos critica Montenegro e Poço, considerando que "foram daqueles que menos aderiram às tentativas do Presidente da Assembleia da República de restaurar a serenidade e o respeito pela diferença".

O dirigente do PS afirma mesmo que "é um silêncio que, se nada fizerem, pode bem confundir-se com conivência e que choca todos" os que veem "no PSD sentido de Estado".

Montenegro "tem evoluído nas declarações", mas anda a "serpentear"

Em declarações à Renascença, Miguel Costa Matos diz que esta carta aberta é uma "tentativa de alinhamento de democratas", onde se inclui e de "pessoas moderadas e não tão moderadas".

O líder da JS refere que a questão "não está na moderação, a questão está no apego à democracia que é incompatível com qualquer tipo de acordo ou mesmo com um suporte passivo por parte do Chega".

Fica ainda o lamento pelo que diz ser o "comportamento altamente ambíguo" do PSD, que acusa de ir "usando diferentes caracterizações" sobre aquele partido e "no fim ninguém sabe muito bem qual a posição".

Costa Matos é taxativo: "Vamos precisar da direita moderada", mas aquilo que tem visto "é uma mimetização por parte do PSD e também da parte da IL de algumas táticas de alguns discursos e métodos do Chega".

Ora, "essa mimetização não pode acabar por transformar o PSD numa força mais próxima do Chega do que é dos restantes partidos democráticos que construiram o Estado social, que construiram a democracia plural e livre no nosso país", alerta o dirigente do PS.

O desafio que Costa Matos faz aos jovens social-democratas estende-se, aliás, ao líder do PSD. Luís Montenegro "tem também ele próprio de fazer esse compromisso" de se distanciar do Chega.

O líder da JS admite que o presidente social-democrata "tem evoluído nalgumas declarações" mas "tem resistido a fazer declarações absolutamente claras". Conclusão: "Esse serpentear é algo característico de um líder frágil", atira Costa Matos.

Essa "fragilidade" apontada a Montenegro nota-se, por exemplo, segundo Costa Matos, num PSD "que dizia que o Governo tinha acabado e depois quando o Presidente da República refletiu sobre este caso [a não demissão do ministro João Galamba] já dizia que afinal não queria eleições".

Costa Matos considera mesmo que o tal "serpentear começa a ser não um recurso de necessidade, mas uma característica do caráter deste líder do PSD e que é especialmente vincado e marcado na relação com o Chega".

Nesta reflexão, o líder da JS questiona se Montenegro "acha que a única maneira de obter uima maioria na Assembleia da República para o PSD passa pelo Chega, mas essa nunca poderá ser a solução". O apelo é que existam "sempre outras soluções que não passem por ter um apoio ativo ou passivo do Chega".

O Parlamento como uma "taberna"

Voltando à carta aberta, Costa Matos considera no texto que "a democracia portuguesa vive a maior crise que já atravessou" e que "é alarmante que a extrema-direita tenha repetidamente tornado a câmara parlamentar numa taberna onde mais que política, se discutem casos e se pavoneiam cartazes".

O líder da JS condena o que considera serem os "relatos de insultos racistas e machistas não só a colegas como aos árbitros da discussão" no Parlamento e o que se tem passado fora do hemiciclo.

Fica a crítica aos 'outdoors' do Chega, um deles visível junto à Assembleia da República, "que pedem a limpeza do país através da eliminação tanto de políticos como de suspeitos de crimes". A carta aberta segue nos apelos para que não se tolere, "mesmo àqueles que o povo elegeu" o "ataque sistemático e consciente à própria democracia".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Alsil
    20 mai, 2023 Braga 13:51
    Tão novilhos! Nunca fizeram nada na vida além dum cursinho qqer, e já atentos ao tacho, trabalhar a sério faz calos. Depois assistimos ast tristes figuras dos Galambas e N. Santos desta vida. 💩
  • Antonio
    08 mai, 2023 Beira Litoral 12:52
    Por as gentes sociais-democratas não saberem se um dia são de direita e outras vezes de esquerda é que nasceu o Chega, gente só de Direita. E é bom que falem do Chega, o que custa é esperar, mas chegamos lá!
  • Antônio Ap. Rosa
    07 mai, 2023 Cândido Mota- SP Brasil 13:58
    O povo, tanto os portugueses, assim como os brasileiros de direita, não se interessam por ideologias de líderes como: Lenin, Trotsk, Stalin, ou qualquer que seja. O povo quer trabalhar e viver em paz. O povo quer ter o direito de opinar, quer a liberdade de ir e vir. Sei que não é fácil essa batalha, mas não vamos cruzar os braços. Vamos lutar pra combatermos a ditadura e também a corrupção.
  • xico
    07 mai, 2023 lixa 12:33
    É bom que mostrem tanto medo do Chega, este agradeçe a publicidade, pois em breve será maioritário em Portugal.
  • Manuel Ferraz
    07 mai, 2023 Vila Nova de Gaia 10:45
    Mais um que não tomou a medicação. Eles já viram que o Chega está em cima. Demoraram a ver. Mais vale tarde que nunca. Força André Ventura

Destaques V+