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Presidente da CPI à TAP questiona se tem "as melhores condições" para continuar

09 mai, 2023 - 20:13 • Manuela Pires com Redação

Seguro Sanches esteve reunido com o presidente da Assembleia da República e não quis falar aos jornalistas, depois de se ter escusado da sessão da tarde desta terça-feira. A audição a Humberto Pedrosa começou com mais de uma hora de atraso.

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O presidente da comissão parlamentar de inquérito à TAP, Jorge Seguro Sanches, questionou, esta terça-feira, se continua a ter condições para exercer o cargo e escusou-se da reunião desta tarde.

Foi no final de uma longa, a discussão, de mais de uma hora, sobre as grelhas de tempo que deviam ser usadas na audição a Humberto Pedrosa, antigo acionista privado e administrador da TAP.

Na última semana, foi usada a grelha mais pequena, que dá apenas três minutos aos deputados para fazerem perguntas. No entanto, a oposição alegou que as audições desta semana exigiam mais tempo. Seguro Sanches sublinhou que a decisão sobre o tempo já tinha sido tomada na semana passada - e que "não foi por falta de tempo que alguma pergunta ficou por fazer" - e os depoentes avisados do tempo.

"Chamo à atenção que, em muitas situações, quando os senhores deputados precisaram de pedir algum esclarecimento que não tivesse sido dado, houve sempre a concordância de toda a comissão para que isso fosse feito. Não me parece que seja já depois de convocados os depoentes e informados da grelha, que lhes seja comunicada uma alteração de regras. Essa é uma missão que nos dignifica como Assembleia da República", sublinhou.

Perante a insistência do presidente da comissão, o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira questionou Seguro Sanches se estava "a fazer parte da solução ou parte do problema".

Depois de já outros deputados terem contestado Seguro Sanches, o presidente da comissão mostrou-se agastado com a alteração de regras e propôs uma reunião de mesa e coordenadores para se analisar a questão depois da audição de Humberto Pedrosa.

"O papel do presidente da comissão de inquérito tem de lhe permitir gerar confiança e os consensos necessários para o bom trabalho dos deputados da comissão. A forma, até deselegante, como foi questionado o meu papel no cumprimento do mandato da comissão leva-me a questionar se continuo a ter as melhores condições para o fazer", declarou.

Seguro Sanches mostrou-se "muito grato pela atenção dispensada" e anunciou o abandono da sessão desta tarde:

"Pedia agora ao senhor vice-presidente Paulo Rios de Oliveira para me substituir na condução dos trabalhos. E desejo a todos bom trabalho, que hoje já não estarei aqui, estarei na reunião de mesa e coordenadores."

Uma decisão que deixou os deputados estupefactos. Incluindo Paulo Rios de Oliveira, que teve de se levantar e assumir a presidência da comissão.

"Como todos compreenderão, o que está aqui a acontecer é demasiado importante para permitir ligeireza ou irresponsabilidade. Portanto, vou precisar da ajuda de todos para conduzir da melhor forma os trabalhos, nesta situação que é, para mim, completamente inesperada, embora não nova. Assim sendo, a não ser que haja oposição de algum grupo parlamentar, a audição será feita nos termos normais de uma comissão de inquérito", anunciou.

A proposta foi optar pela grelha de tempos mais longa, de sete minutos. Os deputados começaram a ouvir Humberto Pedrosa, antigo acionista e administrador da TAP, só depois das 18h30.

Seguro Sanches esteve reunido com o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e não quis falar, à saída, aos jornalistas.

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