10 mai, 2023 - 20:55 • Manuela Pires
A notícia da renúncia foi conhecida dez minutos antes da reunião da Comissão de Inquérito, através de um comunicado do partido socialista enviado aos jornalistas. Na sala os deputados garantiram não ter ainda conhecimento da decisão de Jorge Seguro Sanches.
Foi o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira que abriu os trabalhos para ler a carta de renúncia, enviada ao presidente da Assembleia da República, com data de terça-feira, em que Seguro Sanches fala na discussão do dia anterior por causa dos tempos para os deputados fazerem as perguntas e diz que foi atacado na sua seriedade e por isso não tem condições para continuar. Na carta, Jorge Seguro Sanches critica ainda o facto de muitos deputados não estarem disponíveis para reuniões à segunda e à sexta-feira, de forma a apressar os trabalhos do inquérito.
A carta foi lida por Paulo Rios de Oliveira, do PSD, que deixou claro não concordar com o conteúdo da mesma.
“Entendo que a dignidade desta Comissão e desta Assembleia impõe-me que cale fundo aquilo que eu penso sobre aquilo que acabei de ler. Tudo farei e continuei a fazer e espero que os deputados acompanhem para dignificar esta Comissão e dignificar este Parlamento” disse Paulo Rios de Oliveira.
Também o deputado do Chega Filipe Melo pediu a palavra para dizer que não aceita as críticas de Seguro Sanches e também para condenar o facto de a comunicação social ter tido primeiro a notícia da renúncia do que os deputados.
António Lacerda Sales está como membro efetivo da comissão parlamentar de inquérito desde a 19 de abril, quando Carlos Pereira abandona o cargo de coordenador do PS por causa da reunião secreta com a Ceo da TAP.
O antigo secretário de Estado da Saúde ocupou esta quarta-feira de imediato logo o lugar de presidente e garantiu que vai ser isento e imparcial.
“Tenho a noção das responsabilidades que esta função representa, por isso, quero fazê-lo de uma forma isenta, imparcial para que seja alcançada toda a verdade sobre a tutela política da TAP”, declarou Lacerda Sales.
O novo presidente da comissão disse ainda aos deputados que quer acabar rapidamente os trabalhos da comissão.
“É nosso objetivo fazer com que esta comissão termine, obviamente, dentro de um tempo de oportunidade o mais rapidamente possível. Mas que se esclareça toda a verdade sobre a gestão política da TAP” garantiu Lacerda Sales.