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PS explica opções na Educação aos militantes. "É preciso conhecer melhor o que se está a fazer"

19 mai, 2023 - 06:39 • Susana Madureira Martins

Com diversas medidas aprovadas nas últimas semanas pelo Governo e sem qualquer acordo com os sindicatos, o estado maior do PS vai para o terreno explicar aos militantes "porque é que se está a fazer de uma maneira e não de outra". Autarca de Gaia, constituído arguido esta semana, irá conduzir um dos plenários esta sexta-feira.

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Após a aprovação dos diplomas do Governo sobre a vinculação e tempo de serviço de professores sem qualquer acordo com os sindicatos, o estado maior socialista sai à rua para explicar ao próprio partido "porque é que se está a fazer de uma maneira e não de outra".

A partir desta sexta-feira, e até ao final do mês, vários dirigentes do PS vão para o terreno explicar aos militantes as opções do Governo para a Educação, incluindo o próprio ministro, João Costa, o secretário-geral adjunto, João Torres, e o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias.

Com greves na Educação desde dezembro, com um Presidente da República mais hostil e de modo inédito a revelar que fez propostas ao Governo para a vinculação de professores que não foram aceites, é notória a preocupação dos dirigentes nacionais do PS com a perceção dos seus próprios militantes sobre o setor.

Como já havia feito recentemente com o pacote "Mais Habitação", em que a ministra Marina Gonçalves percorreu o país a explicar as propostas, o PS evita o isolamento total numa altura de impasse com os sindicatos.

Em declarações à Renascença, Porfírio Silva, membro do Secretariado Nacional do PS, salienta que "em vários momentos em que há debate é preciso conhecer melhor o que se está a fazer, em que é preciso conhecer os efeitos da aplicação das várias medidas que vão sendo desenvolvidas".

O dirigente socialista classifica como "normal" a discussão "com os outros militantes acerca do que se está a fazer, daquilo que se pretende obter como resultados e de eventuais dificuldades de implementação dessas políticas".

Porfírio Silva reconhece também que "há dúvidas, há dificuldades na implementação, as normas não têm o mesmo efeito na vida de toda a gente e é preciso perceber a concretização". E vai a Portimão esta sexta-feira explicar aos militantes porque é que na Educação "se está a fazer de uma maneira e não de outra".

O PS vai para a estrada ciente que a "Educação mexe com muita gente, há muitos profissionais da educação, é mais um tema que interessa a muita gente e nem toda a gente está na mesma posição", admite o dirigente socialista.

"Não é possível "resolver problemas de uma profissão da função pública sem olhar para as outras"

Baixar a tensão de uma fatia da população eleitoralmente importante para o PS é crucial. Os socialistas sabem que "uma família que tem filhos na escola olha para o problema de uma maneira, um professor na carreira olha para o problema de outro ponto de vista, um professor que quer entrar para a carreira, mas ainda não conseguiu tem outro ponto de vista", assume Porfírio Silva.

É um autêntico caldo de pessoas sob tensão a que o partido não se pode dar ao luxo de virar costas. E os dirigentes nacionais sabem isso. "O PS não é um partido de um pequeno grupo de pessoas, não é o partido de uma só profissão ou de uma determinada classe", reconhece este dirigente nacional.

Trata-se de "um partido com muita gente diversa, com situações profissionais diferentes" e a quem é assumidamente preciso explicar bem ao que vem o Governo. Um dos pontos a explicar, diz Porfírio Silva, é que não é possível "resolver problemas de uma determinada profissão da administração pública sem olhar para as outras profissões".

É, aliás, um dos argumentos do Governo de António Costa para não responder à reivindicação dos sindicatos de contar integralmente o tempo de serviço dos professores.

Porfírio Silva salienta que "quando há reformas num setor público há outros setores que querem comparar e saber se esse tipo de soluções podiam ser aplicadas noutro sítio ou não".

É isso que que os dirigentes nacionais querem debater com os militantes. E sobretudo explicar-lhes porque não é possível dar resposta a um só setor sem fazer o mesmo a todos os outros.

Autarca de Gaia, a braços com a justiça, também vai ao terreno

Já esta sexta-feira à noite, em Valongo, estará presente num dos plenários Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, que esta semana foi constituído arguido esta semana, por suspeitas relacionadas com a contratação de militantes do PS para a autarquia.

O autarca de Gaia é membro do Secretariado Nacional do PS e estará ao lado do secretário-geral adjunto, João Torres, para explicar aos militantes as medidas do Governo para a área da Educação.

As sessões irão durar até 27 de maio, um pouco por todo o país. Os dirigentes nacionais irão passar por Bragança, Braga ou Castelo Branco. O ministro da Educação, João Costa é esperado esta sexta-feira em Portimão a partir das 21h00.

Comentários
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  • Digo
    19 mai, 2023 Eu 11:14
    O PS começa a aperceber-se do rombo eleitoral que a sua atitude perante a Educação está a causar. Não são só 120 000 votos dos professores, são também dos seus familiares, e dos encarregados de educação que já se manifestaram em acompanhar os professores nesta luta, e que não são tão poucos como isso. O PS tem motivos de preocupação. Esta "multidão de votos" ajudou a haver Maioria Absoluta e se mudar a tendência como parece estar a acontecer, também ajuda não só a perder essa Maioria como até a perder Eleições. O PS sabe de antemão que os Professores são causa e votos perdidos, o que pretende é tentar segurar os profissionais de outros setores numa tática com barbas de "dividir, para reinar".
  • Abaixo o PS!
    19 mai, 2023 Eleições antecipadas, já! 10:59
    Como Professor prejudicado, voto contra PS em todas as Eleições a partir de agora. Eu, e família. Da minha parte, são 4 votos que o PS não terá. Aqueles que não se sentem, que continuem a votar neles, desde que depois não venham chorar para o pé de mim. Abaixo o PS. Eleições antecipadas, já!
  • Cidadao
    19 mai, 2023 Lisboa 10:44
    Á partida os militantes PS estão "convencidos". Agora "convencer" Sociedade e sobretudo "convencer" professores, isso é que é mais difícil, principalmente quando se veem constantemente derrapagens em obras públicas, fortunas em impostos a desaparecer em apoios a TAP's, CP's, Bancas, e afins, e se sabe até pelo próprio governo dos recordes de receitas fiscais obtidas. Ainda bem que as Eleições são "só" em 2026, certo? É que se fossem logo a seguir, depois de um desastre nas Europeias em 2024, aí havia menos tempo para diluir e fazer esquecer certas coisas...
  • Cidadao
    19 mai, 2023 Lisboa 10:44
    Á partida os militantes PS estão "convencidos". Agora "convencer" Sociedade e sobretudo "convencer" professores, isso é que é mais difícil, principalmente quando se veem constantemente derrapagens em obras públicas, fortunas em impostos a desaparecer em apoios a TAP's, CP's, Bancas, e afins, e se sabe até pelo próprio governo dos recordes de receitas fiscais obtidas. Ainda bem que as Eleições são "só" em 2026, certo? É que se fossem logo a seguir, depois de um desastre nas Europeias em 2024, aí havia menos tempo para diluir e fazer esquecer certas coisas...
  • Esperem pela pancada
    19 mai, 2023 Universo Docente 08:40
    Pode vir com o relambório de retórica que quiser, para os militantes - esses votam sempre no PS - mas não convencerá os Professores. Verá isso na continuação das greves - principalmente agora que os serviços mínimos foram considerados ilegais - mas principalmente em futuros atos Eleitorais onde a classe - exceto os vendidos do costume - vai "agradecer" ao PS o que tem feito pela classe docente. Esperem pela pancada!

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