29 mai, 2023 - 23:04 • Manuela Pires
O presidente do PSD, Luis Montenegro, garante que um mau resultado nas eleições Europeias do próximo ano não vai determinar a sua saída da liderança, considerando mesmo que perder por dois ou três pontos percentuais não é um mau resultado.
Em entrevista à RTP, esta segunda-feira, o líder do PSD, que venceu as eleições no partido há precisamente um ano, apontou sempre a vitória nas europeias como o objetivo do seu mandato, e disse que iria avaliar, em função dos resultados se tinha ou não condições para continuar.
“O PSD perdeu as últimas eleições europeias por 12 pontos percentuais, se o PSD ficar a dois ou três pontos, acha que é mau resultado? Eu Não acho. Mas não é esse resultado que eu quero. As europeias são para ganhar”, disse Luis Montenegro.
O líder do PSD disse que está a trabalhar para vencer as europeias, mas também as regionais da Madeira e reiterou que uma derrota não quer significar abandonar a liderança.
“Eu, se tiver a convição de que estou no caminho certo e que vamos alcançar o objetivo de chegar ao governo, qualquer que seja o resultado, eu continuarei à frente do Partido Social Democrata, mesmo que seja uma derrota, mas desde que a avaliação seja de molde a poder concluir de que estamos no bom caminho para ser governo”, garantiu o líder do PSD.
Na entrevista que assinalou um ano de mandato à frente do PSD, Luis Montenegro foi ainda questionado para clarificar a posição relativamente a acordos com o Chega. Montenegro mantém tabu, não diz o nome do partido de André Ventura, assegura que mantém a estratégia traçada.
“Fui muito mais claro sobre isso. Eu não tenho nenhum problema em mencionar esse partido, eu tenho é a minha estratégia política e eleitoral e vou segui-la e já disse o que está excluído do meu projeto político”, respondeu Montenegro, justificando “que não há eleições amanhã”.
Operação Tutti Frutti
O líder social-democrata realça que o PS é o outro(...)
Nesta entrevista à RTP, Luis Montenegro voltou a dizer que é necessário repensar a forma de funcionamento do Conselho de Fiscalização, “eventualmente mexendo na forma como os seus membros são eleitos".
O líder do PSD anunciou que o partido vai entregar um requerimento, nos próximos dias, na assembleia da república com perguntas ao primeiro-ministro sobre a atuação do SIS, na recuperação do computador do ex adjunto de João Galamba.
“Vamos dirigir perguntas diretamente ao primeiro-ministro através de requerimento que amanhã ou, no máximo, quarta-feira, dará entrada na Assembleia da República”, anunciou Luis Montenegro.
Sobre a comissão de inquérito às secretas que vai ser discutida no próximo mês, o líder do PSD não exclui viabilizar a proposta, mas diz que primeiro há outros caminhos a percorrer.
“Temos de esgotar com prudência todas as possibilidades de esclarecimento antes dessa” referiu Luis Montenegro.
Outro tema desta entrevista foi a operação Tutti Frutti e o alegado acordo entre PS e PSD para escolher os candidatos autárquicos em Lisboa nas eleições de 2017. Luis Montenegro diz que “não convive bem com a dúvida da autenticidade do processo eleitoral" e daí ter decidido avançar para um inquérito interno sobre este caso.
“O meu partido não vai escolher candidatos em conluio com outros partidos, tenho de ter a certeza absoluta de que este processo não teve este enquadramento, e acho que o PS devia fazer o mesmo”, afirmou.