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10 de Junho

"Cortar ramos mortos que atingem a árvore toda". Marcelo diz que "não podemos desistir de criar mais riqueza"

10 jun, 2023 - 11:50 • Susana Madureira Martins , com Ricardo Vieira

Nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da República puxou pelo Interior do país e disse que "temos de receber outros tal como exigimos que eles nos recebam a nós".

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É preciso "cortar os ramos mortos que atingem a árvore toda", apelou o Presidente da República no discurso das comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que terminam este sábado no Peso da Régua, em Vila Real.

Portugal tem "problemas para resolver" e "não podemos desistir de criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão, distribuindo essa riqueza com mais justiça, porque só isso nos permitirá ter projeção no mundo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

A cerimónia do 10 de Junho, antes mesmo de começar, ficou marcada pela diferença com que a população do Douro recebeu em aplauso o Presidente da República e o primeiro-ministro no desfile militar e apupou com gritos de "ganha vergonha" na receção a João Galamba, mal o ministro das Infraestruturas foi anunciado nas colunas de som do desfile militar.

A outra diferença que saltou à vista foi o recado implícito de Marcelo Rebelo de Sousa a António Costa sobre a necessidade de "podarmos, cortarmos ramos mortos que atingem a árvore toda", no que pode ser lido como uma alusão à demissão de João Galamba que o Presidente da República já pediu e mantém.

"Tentar uma vez, cem vezes, mil vezes e falhar, falharmos mais do que acertamos, temos tantas, mas tantas tentações de desistirmos, começarmos de novo, darmos novo viço ao que disso precisar, plantarmos, semearmos, podarmos, cortarmos ramos, mortos que atingem a árvore toda", disse Marcelo.

Galamba vaiado nas cerimónias do Dia de Portugal
Galamba vaiado nas cerimónias do Dia de Portugal

Um raciocínio na reta final do discurso de 10 de Junho, cheio de recados nas entrelinhas e com o primeiro-ministro e o próprio ministro das Infraestruturas presentes a ouvir em plena cerimónia do 10 de junho no Peso da Régua.

Marcelo Rebelo de Sousa tinha garantido sexta-feira aos jornalistas, no Peso da Régua, que não iria utilizar a atualidade política na intervenção na Avenida do Douro, mas fê-lo nas entrelinhas.

O Presidente pede para o país um futuro "muito diferente e muito melhor do que o nosso presente" e com mais um recado: "Só se não quisermos é que o nosso Portugal não será eterno".

Ao Governo, o Presidente da República deixou ainda outro pedido: "Não podemos desistir nunca de criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão, distribuindo essa riqueza com mais justiça, porque só isso nos permite ter e continuar a ter a projeção no mundo que é o nosso desígnio nacional".

Sempre com o exemplo de um Douro construído à força de braços, Marcelo descreveu a região como "exemplo da vontade, da persistência da determinação dos homens e mulheres na luta diária perante uma natureza única, mas inclemente, avassaladora e quase indomável.

A partir desta ideia, Marcelo Rebelo de Sousa fez a defesa do Interior do país e traçou um retrato de Portugal. “Este 10 de Junho é também ele muito diferente dos últimos, é celebrado em Peso da Régua, cidade do Interior que nunca foi nem capital de distrito nem cabeça de diocese. É celebrado ao mesmo tempo por 19 concelhos do centro e do norte. Do Douro profundo, majestoso, monumental", enfatizou.

"Tudo isto faz sentido porque é o retrato do Portugal que queremos, porque nós queremos que os Pesos da Régua dos nossos Interiores sejam tão importantes quanto Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra, Viana do Castelo, Faro…”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente quer um país com regiões que são iguais na lei, mas também "iguais na esperança do futuro". "É o retrato de Portugal que queremos, porque se unem 19 municípios como que a dizer que só a união faz a força, a união na diversidade em torno daquilo que é mesmo essencial para todos eles e para todos nós", afirmou.

No seu discurso, o Presidente da República defendeu, ainda, que os portugueses têm de "receber outros tal como exigimos que eles nos recebam a nós”. "Só somos verdadeiramente portugueses na medida em que sempre fomos e somos universais", disse.

Marcelo Rebelo de Sousa puxou também pelo orgulho nacional e pela autoestima dos portugueses: "Somos dez milhões cá dentro mas valemos por muitos mais".

Terminou o discurso com um anseio: "Só se não quisermos é que o nosso Portugal não será eterno e nós queremos que Portugal seja eterno".

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  • Anastácio José Marti
    12 jun, 2023 Lisboa 13:58
    Jamais a arrogância e prepotência do Primeiro Ministro permitirão fazer qualquer remodelação governamental solicitada pela oposição ou pelo Presidente da República, apenas e só porque a filosofia dos ainda dirigentes socialistas, sempre foi, é e será, a do compadrio para os amigos, familiares e conhecidos, que em consequência me permite afirmar que no amigo Galamba não se toca, morto ou por morrer, para não dar sinal de fraco, apesar dos milhões de euros que esta imposição ao país possa estar a custar. Primeiro era o Pedro Nuno que não queria um mas dois aeroportos, e alguns meses depois, nem no papel se decidiu onde construi-lo, num Governo que finge decidir, entretem os portugueses empurrando-os para a pobreza, pois basta ver há quantos anos os funcionários públicos são aumentados abaixo da taxa de inflação, quando, simultaneamente, o mesmo Governo lhes continua, imoral e injustamente a descontar nos Subsídios de Férias e de Natal descontos para o IRS, CGA e ADSE, ficando com pelo menos um terço desses subsídios a cada funcionário público. É este o conceito de socialismo destes socialistas que de socialistas apenas têm o rótulo?

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