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"Roubo" ou "justiça"? Costa troca argumentos com professora no 10 de Junho

10 jun, 2023 - 13:28 • Ricardo Vieira

O momento aconteceu após o discurso oficial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando o primeiro-ministro abandonava o recinto das comemorações, que decorreram no Peso da Régua.

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Foto: José Coelho/Lusa
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O primeiro-ministro, António Costa, trocou este sábado argumentos com uma professora em protesto, à margem das comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que decorreram no Peso da Régua, em Vila Real.

O momento aconteceu após o discurso oficial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando o primeiro-ministro abandonava o recinto.

António Costa ouviu a professora dizer que lhe “roubaram 14 anos” de tempo de serviço e respondeu que o Governo está a fazer "justiça" aos docentes, num ano letivo marcado por uma onda de greves na Educação.

Cerca de 200 professores marcaram este sábado presença nas comemorações do Dia de Portugal, no Peso da Régua, empunhando cartazes onde pedem "respeito" e para reafirmarem que a luta continua.

Excerto da troca de argumentos entre António Costa e a professora:

Professora: “A mim não me roubaram seis anos e seis meses, roubaram-me 14 anos”.

António Costa: “Agora posso falar eu? Se a carreira se mantém descongelada, e eu posso garantir que a carreira continuará descongelada, é porque temos feito o descongelamento com conta peso e medida, porque no passado prometeram-lhes uma grande carreira mas depois nunca concretizaram”.

Professora: “Quem me prometeu a mim que trabalho há 40 anos na escola foram os governos PS e PSD, porque não há alternativa neste país, há alternância”.

António Costa: “Nós descongelámos, mantemos a carreira descongelada e garantimos que a carreira vai continuar descongelada. A recuperação do tempo que foi feita foi exatamente na mesma medida que foi feita para as restantes carreiras: o correspondente a 70% do tempo congelado. Em segundo lugar, temos em conta que o congelamento não teve o mesmo impacto nas pessoas em função da posição que tinham na carreira. Um congelamento no segundo escalão não era o mesmo que um congelamento no terceiro escalão. Por isso, agora criámos um acelerador onde eliminámos a quota”.

Professora: “Está na mão do senhor primeiro-ministro, agora, libertar-nos da prisão, que o outro governo nos colocou. Portugal não está melhor do que nunca, economicamente?”

António Costa: “Mas para continuar melhor temos de dar um passo de cada vez e por isso resolvemos o tema e fizemos justiça relativamente ao congelamento… Segundo tema fundamental é a precariedade. Introduzimos agora o mecanismo da vinculação dinâmica que todos os seus colegas que fazem 1.095 dias possam ficar efetivos”.

Professora: “Dei aulas durante 30 anos em Tarouca e aos 53 tinha que estar reformada. Tenho 60 anos e não vou ter dinheiro para um lar de idosos”.

António Costa: "Mas não vamos revisitar agora o tema das reformas. Todos os portugueses viram aumentada a sua idade de reforma conforme o aumento da esperança de vida. Aquilo que falta fazer nessa matéria e estamos a negociar com os sindicatos é, relativamente à monodocência, aos professores do primeiro ciclo e aos educadores… porque esses não beneficiam da redução do tempo de serviço dos outros professores”.

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