14 jun, 2023 - 12:16 • Manuela Pires
Na semana em que terminam as audições na comissão parlamentar de inquérito à TAP, o presidente convocou os jornalistas para fazer um rol de agradecimentos a todos os que estiveram envolvidos nos trabalhos.
António Lacerda Sales agradeceu a todos os partidos, aos funcionários da Assembleia da República, ao presidente do parlamento, aos jornalistas que têm acompanhado os trabalhos, mas omitiu o nome do deputado Jorge Seguro Sanches que abandonou a presidência da comissão a 10 de maio devido a divergências com os partidos sobre a grelha de tempos para as audições.
No final da curta de declaração, sem direito a perguntas, Lacerda Sales citou o antigo testamento para lembrar que é preciso esperar pelas conclusões e pelo relatório da comissão parlamentar de inquérito à TAP.
“Citando um livro terceiro livro do Antigo Testamento, Eclesiastes, tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo o propósito. Há tempo de nascer e há tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de colher o que se plantou e este é o tempo de aguardar com tranquilidade o relatório e as conclusões deste inquérito” disse Lacerda Sales.
O deputado que assumiu a presidência da comissão no dia 10 de maio diz que os trabalhos desta comissão levaram a uma reflexão estratégica sobre a TAP.
“Continuaremos a trabalhar juntos em prol do progresso e bem-estar da nossa companhia aérea, bem como da dignificação do trabalho desta Assembleia da República, honrando o nosso país e quem em nós confiou este mandato” rematou Lacerda Sales.
Ao lado do presidente estavam os coordenadores do PS, PSD, CHEGA e BE.
Esta semana os deputados vão inquirir dois ex governantes e o atual ministro das finanças.
Esta quarta-feira, o antigo secretario de estado das infraestruturas Hugo Mendes que se demitiu a 4 de janeiro na sequência da indemnização a Alexandra Reis.
Hugo Mendes era quem, no ministério das infraestruturas tinha a tutela sectorial da TAP. Foi ele que trocou mensagens com a antiga presidente executiva da TAP sobre a reestruturação que Christine Ourmières-Widener queria fazer no conselho de administração da empresa, e foi também ele que trcou mensagens sobre o valor da indemnização a Alexandra Reis.
Ao longo das audições na comissão parlamentar de inquérito, que arrancaram em 29 de março, tem sido abordada a intervenção do ex-secretário de Estado noutras questões polémicas, como no caso da alteração de um voo do Presidente da República, por conveniência política.
Ourmières-Widener enviou um email a Hugo Mendes a pedir a sua opinião sobre o pedido que recebeu da agência de viagens, tendo o então governante respondido que era importante manter o apoio político de Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que era o “principal aliado” do Governo mas que poderia tornar-se o “pior pesadelo”.
Na audição da ex-presidente executiva na comissão de inquérito, em 4 de abril, ficou ainda a saber-se que Hugo Mendes teria dado ordens à gestora para não falar com nenhum outro ministério a não ser o das Infraestruturas.