26 jun, 2023 - 07:12 • Susana Madureira Martins com Redação
Com o Presidente da República a acenar de novo com o fantasma de uma interrupção da legislatura, caso António Costa aceite um cargo europeu, o primeiro-Ministro e líder do PS deixa a garantia de que o mandato de quatro anos é para cumprir.
"Quando vamos a eleições apresentamos um programa, um programa para um mandato completo, um programa para quatro anos. E esse programa é o nosso compromisso. E o nosso dever é, naturalmente, cumprir com aquilo que nos comprometemos com cada uma e com cada um dos portugueses", assegura Costa.
O primeiro-ministro e líder do Partido Socialista falou na abertura das jornadas parlamentares dos socialistas, no Funchal. No discurso, António Costa atacou ainda a política fiscal do PSD, a quem acusa de nunca ter dado prioridade à redução do IRS. Garante que quem sempre quis baixar o IRS foi o PS e que o guru económico de Luís Montenegro até é o mesmo de Rui Rio.
"O líder parlamentar do PPD PSD na Assembleia da República, o homem que era contra a redução do IRS, o homem que queria o aumento do IVA da restauração e o homem que sempre tem uma visão económica errada sobre o futuro do país", acrescenta.
Costa acusa as oposições de manterem o foco nos casos e nos casinhos. Para o PS, diz, o foco é cumprir as metas para 2026, sempre com contas certas.
O líder do grupo parlamentar do PS afirmou que “não é uma surpresa” o facto de o primeiro-ministro, António Costa, ter dito que não está disponível para ocupar qualquer cargo na União Europeia, depois das eleições europeias de 2024.
“O que o senhor primeiro-ministro faz, mais uma vez, é estabilidade para continuar as políticas e para obter os bons resultados que temos tido e, por isso, não é para nós uma surpresa”, disse Eurico Brilhante Dias.
O líder do grupo parlamentar socialista falava à margem de uma visita às obras do novo Hospital Central e Universitário da Madeira, no Funchal, num comentário à notícia divulgada hoje pelo jornal Público de que António Costa não está disponível para vir a ocupar qualquer cargo na União Europeia, depois das eleições de junho de 2024.
Numa resposta ao jornal, em reação à notícia de que Bruxelas vai pressionar o primeiro-ministro português a ir para o Conselho Europeu, António Costa explicou que não aceitará qualquer missão que ponha em causa a estabilidade do país.
“Não é uma surpresa”, reiterou Eurico Brilhante Dias, sublinhando que “o PS e em particular o senhor primeiro-ministro sempre foram a estabilidade e a continuidade políticas”.
“Aliás, vimos isso como a confirmação de algo que é evidente. Temos um projeto político sufragado pelos portugueses para chegar a 2026, para concretizar os projetos e o programa do Partido Socialista, que hoje é Governo, até 2026, e é isso que estamos a fazer, aqui também na Madeira”, reforçou.
O Público escreve que a indisponibilidade do primeiro-ministro para ocupar cargos europeus se prende “com a sua preocupação em não criar crises políticas em Portugal”.
O jornal acrescenta ainda outros fatores, entre eles a ideia de que António Costa “está 100% focado em cumprir o mandato de primeiro-ministro até ao final da legislatura, que termina após as legislativas de setembro ou outubro de 2026, e em levar a cabo os objetivos a que se propõe, nomeadamente a estabilização orçamental portuguesa”.
Na Madeira, onde se encontra no âmbito das jornadas parlamentares do PS, que decorrem na região autónoma até terça-feira, Eurico Brilhante Dias realçou que “a estabilidade [do Governo] está muito relacionada com o senhor primeiro-ministro”, vincando, no entanto, que “todos os governos têm fases diferentes”.
[atualizado às 14h52]