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Cavaco distingue Catroga dos que fazem "meras intervenções verbais ou declarações jornalísticas"

27 jun, 2023 - 21:17 • Lusa

Eduardo Catroga diz que Portugal "tem de ter ambição e fazer políticas adequadas de crescimento, produtividade e emprego".

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O ex-Presidente da República, Cavaco Silva, elogiou, esta terça-feira, Eduardo Catroga como "um dos melhores" ministros das Finanças e gestor empresarial do Portugal democrático, distinguindo-o dos que se limitam "a meras intervenções verbais ou declarações jornalísticas" apagadas pelo tempo.

O antigo chefe de Estado falava na homenagem a Eduardo Catroga, que foi seu ministro das Finanças entre 1993 e 1995, hoje distinguido com o título de economista emérito pela Ordem dos Economistas, numa cerimónia que decorreu no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa.

"No domínio da prática política, Eduardo Catroga foi um economista que não recusou passar a escrito as suas ideias, propostas e análises, distinguindo-se daqueles que se limitam a meras intervenções verbais ou declarações jornalísticas para que a falta de rigor e incoerência inter-temporal das posições assumidas sejam apagadas pela passagem do tempo", afirmou.

No final, questionado pela comunicação social a quem se referia, o antigo chefe de Estado apenas reiterou que considera Eduardo Catroga "um dos melhores ministros das Finanças e um dos melhores gestores empresariais da democracia".

Já à pergunta se o antigo ministro das Finanças - que negociou do lado do PSD o Orçamento do Estado para 2011 e coordenou o programa de Passos Coelho para as legislativas desse ano - está mais associado à austeridade do que o atual Governo do PS, Cavaco pensou um pouco e respondeu: "Austeridade tenho eu atualmente nas palavras, e aí eu sou um pouco austero".

À pergunta dos jornalistas se atualmente também existe austeridade, Eduardo Catroga distinguiu a situação do Estado - "que não precisa de austeridade porque teve a taluda da inflação" - da das famílias e empresas, que considera sofrerem "uma carga fiscal asfixiante".

"Temos todas as condições para termos crescimento económico, não caminharmos para a cauda da Europa. Temos é de ter ambição e fazer políticas adequadas de crescimento, produtividade e emprego", disse, avisando que "sem aumentar a riqueza não há sustentabilidade do Estado social a prazo".

Na sua intervenção, Catroga apontou como objetivo Portugal integrar o grupo de países mais desenvolvidos da União Europeia, defendendo que o país tem todas as condições para o conseguir.

"Assim a gente queira, vamos querer? É a grande dúvida", disse.

Na homenagem, marcaram presença o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento - sentados lado a lado na primeira fila -, bem como o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, ou os ex-ministros Manuela Ferreira Leite (que foi homenageada com o mesmo título na semana passada), Nuno Crato, António Pires de Lima ou Augusto Mateus.

A Cavaco Silva coube intervir sobre o percurso académico e profissional do homenageado, destacando, nas suas "missões cívicas ao serviço do país", as qualidades de economista demonstradas no exercício de funções como seu ministro das Finanças, entre 1993 e 1995.

"Os seus conhecimentos foram a garantia de uma recuperação saudável da economia portuguesa liderada pelas exportações e investimento produtivo a que se seguiu a expansão no consumo privado", elogiou.

Eduardo Catroga, 80 anos, licenciou-se em Finanças em 1966 no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (atual ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa, tendo sido gestor e administrador de várias empresas, a última das quais a EDP.

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