14 jul, 2023 - 14:16 • Lusa
O ministro das Finanças, Fernando Medina, garantiu esta sexta-feira que “não há urgência” na privatização da TAP, numa transação de “grande dimensão” que deverá demorar vários meses e que, segundo o governante, não deverá estar concluída este ano.
“A nossa perspetiva é, acima de tudo, assegurar um processo de privatização que reforce o papel estratégico da TAP na economia portuguesa, […] nós não estamos a fazer esse processo de privatização por uma necessidade urgente de redução da dívida pública, por exemplo, não estamos a fazer por uma matéria urgente da economia do país”, disse Fernando Medina.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, o governante português apontou que o processo de privatização da TAP “não estará certamente concluído dentro do ano de 2023”.
Medina em Bruxelas
Ministro das Finanças diz que o foco é o "futuro e(...)
“Isso nunca esteve nos planos do Governo”, garantiu, apontando que esta privatização será feita “na convicção de que este é o caminho que mais protege o país e que mais pode fazer com que a TAP cresça no seu contributo para a economia nacional”.
De acordo com Fernando Medina, este é também “um processo de enorme importância e de grande sensibilidade, de grande importância estratégica para o futuro e, por isso, vai correr dentro do seu tempo e dos seus moldes”.
“É uma transação de uma grande dimensão para qualquer padrão […] e, por isso, vai demorar alguns meses”, estimou, escusando-se a especificar um calendário, nomeadamente, para o lançamento do concurso de apresentação de propostas.
Certo é que isso só acontecerá após a aprovação do decreto-lei relativo ao processo e, segundo o ministro das Finanças, isso será feito “o mais breve possível”, após avaliações à empresa.
“O tempo é o tempo que é necessário para fazer uma privatização de forma transparente e natural, de como a lei determina, e para que possamos ter várias propostas e reforçar o papel negocial do Estado ao longo de todo o processo, para que tenhamos, para o país, os resultados que queremos obter”, adiantou Fernando Medina à imprensa em Bruxelas.
A posição surge depois de, na quinta-feira, o governante ter estimado que o processo de privatização da TAP dure “vários meses”, tendo já começado com um requisito prévio, e vincou que o foco é o “futuro estratégico” da companhia aérea de bandeira.
O Governo pretende avançar com o processo de privatização da TAP após a sucessão de vários casos relacionados com a gestão da empresa e que motivaram a constituição desta comissão de inquérito.