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MAI refuta qualquer tentativa de ingerência na linha editorial da RTP

15 jul, 2023 - 20:08 • Lusa

Ministro José Luís Carneiro preza "imenso" a liberdade de expressão e diz que apenas procurou "dar uma palavra de tranquilidade" às forças de segurança.

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O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, rejeitou este sábado qualquer tentativa de ingerência na linha editorial da RTP, sublinhando que preza "imenso" a liberdade de expressão.

Questionado pelos jornalistas sobre as críticas que tem recebido da oposição por causa do telefonema que fez para o presidente do Conselho de Administração da RTP a propósito do "cartoon" animado de Cristina Sampaio, que se chama Carreira de Tiro, José Luís Carneiro disse que o seu objetivo foi apenas "dar uma palavra de tranquilidade" às forças de segurança.

"Trata-se, naturalmente, de um contacto institucional para compreender o enquadramento, porque havia uma intranquilidade grande, quer na polícia, quer na Guarda Nacional Republicana, porque não tinham compreendido o enquadramento", referiu.

O ministro disse que procurou "dar uma palavra de tranquilidade" às forças de segurança, dando conta de que "não se tratava de nada de intencional" contra elas, mas apenas a "expressão de uma liberdade que devemos respeitar e na sua plenitude".

Cristina Sampaio é colaboradora do coletivo Spam Cartoon, que tem uma rubrica semanal na RTP, e o seu "cartoon" animado, Carreira de Tiro, foi exibido pela televisão pública durante a transmissão do festival de música NOS Alive.

Mostra um polícia que vai acertando cada vez mais tiros à medida que a pele do alvo vai escurecendo, com uma expressão cada vez mais zangada.

José Luís Carneiro sublinhou hoje que a chamada que fez foi para o presidente do Conselho de Administração da RTP, "que não tem poderes editoriais, nem tem poder de interferência na liberdade de informação".

"Havia que dar tranquilidade, uma palavra de tranquilidade às forças de segurança", reiterou, lembrando que houve "manifestações dos próprios sindicatos, que queriam vir mesmo para a rua, com expressões mais fortes", para manifestar o seu descontentamento.

Vincou que a liberdade de expressão, os "cartoons" e o desenho são algo que aprecia "imenso".

"Eu já escrevi na imprensa, nunca aceitei pressões nem tentativas de influência e longe de mim pensar que pudesse ter tido essa interpretação esse contacto institucional", rematou.

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