20 jul, 2023 - 18:35 • Lusa
O presidente da Iniciativa Liberal acusou hoje o primeiro-ministro de ter falhado como "presidente do sindicato dos portugueses, garante de estabilidade e de combate à corrupção" pedindo que deixe os portugueses trabalhar, com Costa a indicar que há atualmente mais portugueses empregados.
"Senhor primeiro-ministro, o senhor falhou como presidente do sindicato dos portugueses, o senhor falhou como garante de estabilidade e o senhor continua a falhar no combate à corrupção", disse Rui Rocha durante o debate sobre o estado da nação que decorre na Assembleia da República.
Para o deputado, o chefe do Governo falhou sobretudo aos portugueses.
Estes foram os três títulos - presidente do sindicato dos portugueses, garante de estabilidade e de combate à corrupção - que António Costa se arrogou nas últimas semanas, sublinhou o liberal, referindo que não cumpriu nenhum deles.
Colocando o primeiro-ministro na qualidade de presidente do sindicato dos portugueses, Rui Rocha recorreu ao exemplo de uma trabalhadora, que apelidou de Maria, que ganha 1.100 euros brutos e que devido à sua produtividade teve um aumento de 100 euros o que representa, para a empresa, um custo de 123,75 euros.
"Mas, agora vamos ver como é que se dividem estes 123,75 euros: para a Maria, senhor primeiro-ministro, vão 60 euros e para o Estado, senhor primeiro-ministro, vão 63,11 euros. Isto quer dizer que o Estado, senhor primeiro-ministro, leva mais do que a Maria", especificou o liberal, recorrendo a uns pequenos sacos com notas para exemplificar a situação.
António Costa, como presidente do sindicato dos portugueses, fica com mais dinheiro no bolso do que um trabalhador que ganha 1.100 euros, concluiu.
Na resposta, o primeiro-ministro apontou erros às contas da Iniciativa Liberal explicando que, tendo em conta as novas tabelas de retenção na fonte que entraram em vigor no dia 01 de julho, esse aumento de 100 euros daria lugar a uma retenção de 11 euros em sede de IRS e 12 euros em Segurança Social.
Já como garante de estabilidade, Rui Rocha considerou que António Costa também falhou porque não consegue "pôr ordem na própria casa", lembrando a saída de 13 governantes em pouco mais de um ano e meio.
"E isto não são casos e casinhos senhor primeiro-ministro, como gosta de dizer, isto quando muito são casos e cravinhos porque o ministro Cravinho também deve explicações ao país de tudo aquilo que se passa na defesa e, portanto, estes casos e cravinhos não são estabilidade", disse.
Rui Rocha sublinhou ainda que o líder do Governo fracassou no combate à corrupção, recordando o caso do ex-secretário de Estado Adjunto Miguel Alves que, quando ingressou no Governo, já era arguido em processos judiciais.
O primeiro-ministro é rápido na propaganda, mas muito lento no combate à corrupção, frisou.
O liberal aproveitou a ocasião para pedir ao líder do executivo para deixar os portugueses trabalhar e levar para casa a justa compensação pelo seu esforço e pelo seu trabalho.
Na resposta ao apelo, António Costa lembrou que a taxa de desemprego em 2015 era de 12,6% e hoje é de 6%, o que significa mais de quatro milhões de pessoas que estão hoje "felizmente" a trabalhar em Portugal.