Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Paulo Morais

Paulo Morais: “A Procuradora vai perceber que ou satisfaz a vontade dos partidos ou não é reconduzida”

22 jul, 2023 - 17:56 • Susana Madureira Martins , João Carlos Malta

O presidente da Frente Cívica acredita que o lugar de Lucília Gago pode estar em risco depois da mais recente operação do Ministério Público que visou o PSD e que teve ecos em todos os partidos. Morais crítica a intervenção de Santos Silva e escreveu à procuradora.

A+ / A-

O presidente da Frente Cívica, Paulo Morais, receia que a recondução de Lucília Gago à frente da Procuradoria-Geral da República possa estar em risco depois da mais recente investigação do Ministério Público ao PSD e a Rui Rio devido ao alegado uso indevido das subvenções parlamentares.

“Vai começar um movimento de coação sobre a Procuradora que vai perceber que ou satisfaz as vontades dos partidos ou não será reconduzida”, avisa Paulo Morais. Em outubro de 2024, discutir-se-á a permanência ou não de Lucília Gago no cargo.

O presidente da Frente Cívica não quer acreditar que isso possa acontecer, como já sucedeu no passado. “Mal seria que isso voltasse a acontecer. Já tivemos, aliás, o exemplo da substituição à época de Joana Marques Vidal, que, como não se submeteu aos poderes políticos vigentes, nomeadamente partidários, acabou por não ser reconduzida”.

Paulo Morais é também muito critico da intervenção do Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, neste processo e a defesa dos partidos que assumiu dos partidos que usam o dinheiro da subvenção parlamentar para atividades partidárias.

Nesse contexto, pediu este sábado que o Ministério Público convoque o presidente do Parlamento para ser ouvido como testemunha no inquérito que levou a buscas à sede do PSD e à casa do ex-presidente Rui Rio.

Morais diz que Augusto Santos Silva, como Presidente do Parlamento e segunda figura do Estado, “é o ícone máximo que representa essa defesa dos partidos e da ideia de que está tudo legal e não é necessário haver investigação”.

“Entendemos que essa investigação é necessária. Esperamos que o presidente do Parlamento venha mostrar as evidências e provar as bases para alegar que está tudo bem”, afirma.

Na opinião de Paulo Morais, e tendo em conta o que é público, “é evidente que não está tudo legal”. “Há muita coisa ilegal e as investigações devem ser saudadas por isso. E o que Santos Silva vem fazer com esta declaração é tentar evitar uma investigação aos partidos políticos no que diz respeito a um dos grandes problemas da democracia portuguesa, que é o financiamento partidário”.

Para o presidente da Frente Cívica é claro que “muitos recursos que deviam ser usados em atividade parlamentar, estão a ser utilizados em pura propaganda partidária” e “não é essa a razão de ser deste tipo de subvenção”.

Em relação à possível chamada de Lucília Gago ao Parlamento, que chegou a ser aventada, Paulo Morais considera paradoxal quem acha que a “justiça está a atuar com força demais”, “num país em que todos se queixam de falta de atuação da justiça”.

O mesmo defende que o poder judicial não tem de dar nenhuma justificação ao poder político sobre investigações em concreto. “Isso seria uma captura da justiça”, sustenta.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+