Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

António Costa recusa comentar reunião do Conselho de Estado

23 jul, 2023 - 10:00

A declaração do primeiro-ministro foi feita na Nova Zelândia, antes do jogo em que a seleção nacional de futebol feminina com a seleção dos Países Baixos

A+ / A-

O primeiro-ministro, António Costa, recusou, este domingo, tecer comentários sobre a reunião desta sexta-feira do Conselho de Estado, afirmando que se trata de um órgão de consulta do Presidente da República em que cada conselheiro expressa a sua opinião.

"Não faço [comentários], o Conselho de Estado é um órgão de consulta do senhor Presidente da República e os diversos conselheiros do Estado pronunciam-se em reuniões que são à porta fechada. Cada um expressa a sua opinião e, com base nessas opiniões, o senhor Presidente da República reflete", disse António Costa.

A declaração do primeiro-ministro foi feita na Nova Zelândia quando, antes do jogo em que a seleção nacional de futebol feminina com a seleção dos Países Baixos, António Costa foi questionado sobre as críticas que terão sido feitas na reunião do Conselho de Estado.

O Conselho de Estado "é um órgão de consulta do senhor Presidente da República e é a ele e apenas a ele que cabe avaliar, e sendo reuniões à porta fechada não comento o que foi dito no Conselho de Estado", disse António Costa, perante a insistência dos jornalistas.

A reunião do Conselho de Estado que teve lugar na passada sexta-feira, foi dedicada à análise da situação económica, social e política do país, tendo terminado sem a divulgação de conclusões.

No sábado, o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considerou que a interrupção da reunião era um exemplo do impacto do Governo socialista no país, em que "fica tudo a meio caminho".

"Eu creio que o Conselho de Estado, por aquilo que foi comunicado, foi interrompido. Aparentemente, o primeiro-ministro tinha de se deslocar e, portanto, acabou por não poder concluir. E eu creio que é mesmo esse o exemplo do impacto que António Costa e o Governo socialista têm no país: fica tudo sempre a meio caminho, fica tudo interrompido", disse Rui Rocha.

Nesta reunião do órgão político de consulta presidencial participaram todos os conselheiros de Estado menos o histórico socialista Manuel Alegre. António Damásio, que reside nos Estados Unidos da América, juntou-se à reunião por videoconferência.

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou em finais de maio que iria reunir o Conselho de Estado em julho para "um ponto da situação" do país, para ouvir os conselheiros "sobre a evolução económica, a evolução social, e também a análise que fazem das instituições, do seu funcionamento".

Na altura, assinalou que há conselheiros que "intervêm muito" publicamente, enquanto outros "intervêm pouco", e que a vantagem de os reunir formalmente é que "todos se ouvem a todos e há uma interação que é muito mais rica".

Este anúncio aconteceu depois de o chefe de Estado ter manifestado publicamente uma "divergência de fundo" em relação à manutenção de João Galamba como ministro, na sequência dos incidentes de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas.


Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • José J C Cruz Pinto
    23 jul, 2023 Ílhavo 15:54
    Somos um país original - o mais original do mundo! [Se procurarem confirmar com o Senhor Presidente da República, ele irá por certo concordar!] Em que outro país a imprensa revela e comenta livremente o que se passou numa "reunião à porta fechada". Pelos vistos, não fecharam bem a porta e alguém ficou lá encostado à escuta. Mas vamos ao que interessa: parece que alguns conselheiros, reconhecidos "especialistas" (dos que se lhes lê sempre no semblante "Eu é que sei!"), terão deixado claro que os "números económicos não são o que parecem". Já que (1) a reunião foi suspensa, mas continuará, e (2) é um bom costume de vez em quando convidarem-se personalidades de reconhecida competência para participarem em reuniões do Conselho de Estado, que tal convidar um ou mais de entre Amartya Sen (imaginando que é ainda vivo), Joseph Stiglitz, Paul Krugman, Thomas Piketty, ..., para se pronunciarem sobre os mesmos números, comentarem o que se promoveu e fez durante o período do resgate e, sobretudo, nos dizerem se o saber de todos os conhecidos "especialistas" da nossa praça (e não só - BCE, FMI, ...) será o que parece.

Destaques V+