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PS na Câmara de Lisboa fica reduzido a três vereadores mas assegura capacidade de fazer oposição

25 jul, 2023 - 14:44 • Lusa

Renúncia do independente Rodrigo Lino Gaspar levou à substituição por um membro do movimento Cidadãos Por Lisboa.

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O PS na Câmara de Lisboa perdeu mais um vereador, que foi substituído por um membro do movimento independente Cidadãos Por Lisboa, passando ambos a ter três vereadores, mas os socialistas asseguram que têm capacidade de fazer oposição.

"A correlação de forças na vereação mantém-se inalterada. Os vereadores do PS continuarão a escrutinar e a denunciar uma governação que está a deixar a cidade parada nos aspetos centrais da gestão da autarquia", afirmou esta terça-feira a vereação socialista, em resposta escrita à agência Lusa.

Em causa está a renúncia de Rodrigo Lino Gaspar, independente eleito pela coligação Mais Lisboa (PS/Livre), que integrava a vereação do PS na Câmara de Lisboa e que foi substituído por Rui Franco, do movimento independente Cidadãos Por Lisboa, por ser o próximo da lista apresentadas nas eleições autárquicas de 2021.

Com a perda de mais um vereador, o PS passa a ser minoritário (com três membros) na própria coligação Mais Lisboa, que conseguiu eleger sete membros para o executivo municipal, tendo começado o mandato com cinco vereadores socialistas, um do Livre e um do Cidadãos Por Lisboa.

Rodrigo Lino Gaspar é já o terceiro membro da vereação do PS a desistir do cargo desde o início do mandato, em outubro de 2021, seguido da saída de João Paulo Saraiva e de Miguel Gaspar.

Rui Franco ocupa o 16.º lugar da lista da coligação Mais Lisboa, pelo que, a estas três renúncias da vereação do PS, há a registar outros seis nomes de candidatos socialistas que desistiram do cargo para o qual foram eleitos sem tomarem posse, inclusive Fernando Medina, o que totaliza nove baixas por parte do PS.

"Os vereadores da oposição não têm pelouro ou salário atribuído da autarquia, tendo de conciliar a sua vida profissional com a de vereador, que é uma tarefa que ocupa longas horas de reuniões, avaliação de propostas e preparação de intervenção, todas as semanas", justificou a vereação do PS.

Relativamente à recente saída de Rodrigo Lino Gaspar, o PS explicou que, "a partir do momento em que faz parte de uma lista à Ordem dos Arquitetos, deixou de conseguir conciliar a sua vida pessoal e profissional com a vereação".

Questionado sobre o que muda em termos de capacidade de fazer oposição, a vereação do PS assegurou que "a correlação de forças na vereação se mantém inalterada".

Os socialistas criticam a liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta, sob a presidência do social-democrata Carlos Moedas, por registar "uma taxa de execução nos 35% e que vive da obra deixada a meio pelo anterior executivo", presidido pelo PS.

"Quando essa obra estiver terminada será o vazio, como se vê pelo facto de, ao fim quase dois anos, e mesmo com verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], ainda só terem sido lançados dois concursos de renda acessível, um ritmo muito inferior ao que Moedas está a beneficiar com mais de 500 casas novas concluídas e cujas obras já estavam em curso quando tomou posse", declarou o PS.

Numa nota enviada à agência Lusa, o movimento independente Cidadãos Por Lisboa realçou a integração de Rui Franco no executivo municipal, mas garantiu que irá "manter os compromissos assumidos e continuar o trabalho em prol da cidade".

"Sendo uma força política autónoma, os Cidadãos Por Lisboa - CPL têm com o Partido Socialista um mesmo projeto para a cidade, que importa manter e reforçar em prol dos desafios crescentes que Lisboa enfrenta", refere o movimento independente, acrescentando que esse projeto assenta num acordo firmado nas últimas eleições autárquicas, que dá continuidade ao trabalho realizado desde 2007.

Os CPL reforçam que a sua atuação autárquica se tem pautado pela "estrita defesa do programa" com que foram eleitos, pelo que "assim irá continuar".

"Nos termos da lei e do acordo coligatório, a entrada para o executivo de novos vereadores na sequência da saída de outro segue naturalmente a ordem da lista definida. Mantém-se deste modo o espírito do projeto comum que nos move", lê-se na nota.

O executivo da Câmara de Lisboa é composto por 17 membros, dos quais sete eleitos da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) -- que são os únicos com pelouros atribuídos.

Neste momento, a oposição, que conta com 10 eleitos, é representada por três vereadores do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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