22 ago, 2023 - 18:30 • João Pedro Quesado
O PSD exige que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, dê "explicações claras" sobre o que levou ao "prolongado tempo de espera" na urgência do Hospital de Loures, onde um homem morreu após esperar pelo menos seis horas para ser transferido para o Hospital de Santa Maria.
Expressando "as mais sinceras condolências" à família do idoso de 93 anos, o PSD diz que a situação é "um alerta contundente para a situação crítica" do sistema de saúde em Portugal.
"A morte de um cidadão que aguardava assistência médica ressalta a necessidade urgente de ação e melhorias substanciais no sistema de saúde em Portugal", afirma Miguel Pinto Luz, vice-presidente do Partido Social Democrata.
Para o PSD, "a manifesta falta de capacidade de resposta e a situação crítica vivida nesse hospital, são há muito do conhecimento público, inaceitáveis e merecedoras de uma análise profunda por parte das autoridades competentes para que não restem dúvidas sobre a existência de qualquer neglicência ou falta de resposta adequada".
"É lamentável constatar que o Hospital de Loures, outrora gerido através de uma parceria público-privada (PPP), e exemplo da excelência" seja agora "demasiadas vezes notícia pelas piores razões", declara o PSD em comunicado.
O partido líder da oposição afirma que a decisão de pôr fim à PPP no Hospital Beatriz Ângelo "teve consequências negativas claras na qualidade do serviço prestado às populações, como atestam claramente os acontecimentos recentes".
"A Saúde é um pilar fundamental da nossa sociedade. O seu acesso universal, em condições de qualidade, é um direito que tem de ser valorizado, protegido e garantido", defende o PSD, que diz não aceitar a "degradação que tem acompanhado o Serviço Nacional de Saúde".
O idoso, de 93 anos, deu entrada nas urgências do Hospital de Loures pelas 13h00 de segunda-feira, com uma fratura numa perna, e acabaria por morrer depois de mais de cinco horas à espera no corredor do hospital.
O Hospital Beatriz Ângelo confirmou a morte, mas disse que a avaliação preliminar não permite "estabelecer qualquer relação entre o tempo de permanência na urgência, a assistência prestada e o desfecho que veio a verificar-se".