11 set, 2023 - 19:52 • Lusa
A Madeira tem de apostar na agricultura e no mar como uma alternativa ao turismo, defendeu hoje o cabeça de lista do Livre às eleições regionais, antecipando que a região pode registar um decréscimo de turistas no futuro.
Falando numa iniciativa de campanha eleitoral, no centro do Funchal, Tiago Camacho salientou que é necessário "arranjar uma alternativa" ao turismo porque a "crise que aí se avizinha" pode fazer com que o arquipélago registe perdas nessa área.
"E aqui na região [...] obviamente a agricultura e o próprio mar têm de ser uma alternativa para termos uma economia diferente e que dê sustentabilidade aos madeirenses e aos porto-santenses", afirmou.
O Livre propõe assim que "todos os assuntos relacionados com a agricultura" sejam resolvidos pelos próprios agricultores, rejeitando a existência de empresas de gestão.
Além disso, estes profissionais devem ser mais valorizados pelo seu trabalho e os jovens devem ser cativados para "vingar na agricultura, com cursos" e melhores rendimentos, apontou Tiago Camacho, acrescentando que deverá existir também uma aposta na agricultura biológica.
O cabeça de lista do Livre destacou também que a habitação "é o ponto de ordem que tem de estar presente em qualquer debate" para que os problemas existentes possam ser resolvidos de "forma eficaz e rápida".
Por outro lado, os salários devem ser aumentados e essa deve ser uma medida a constar do Orçamento Regional da Madeira do próximo ano, um processo no qual o Livre espera participar.
Tiago Camacho realçou ainda que apresentará medidas no setor da educação, defendendo mais liberdade para que as escolas apresentem os seus próprios currículos, e, na área da saúde, para a qual defende uma valorização dos salários dos profissionais.
O operador de armazém, de 33 anos, que anda nas lides políticas desde 2017, reafirmou que está convicto de que o partido vai conseguir eleger um mandato nas próximas regionais.
Esta é a primeira vez que o Livre concorre num sufrágio para o parlamento regional, mas o candidato realçou que o partido já concorreu nas últimas autárquicas para a Câmara do Funchal, em 2019, e nas legislativas nacionais de 2022 pelo círculo da Madeira.
Tiago Camacho disse igualmente acreditar "numa salvação para a Madeira", considerando que uma nova maioria do PSD fará com que sejam praticadas as mesmas políticas, que têm feito "com que os madeirenses e porto-santenses sejam expulsos da sua terra".
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.