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Durão Barroso ataca esquerda sectária que deseja a morte cívica de Cavaco Silva

15 set, 2023 - 23:01 • Lusa

Durão Barroso, que foi primeiro secretário de Estado e depois ministro de governos de Cavaco Silva, manifestou-se surpreendido com o facto de o livro do Presidente da República entre 2006 e 2016 ter sido criticado por comentadores e agentes políticos mesmo antes de ser divulgado.

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O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso atacou esta sexta-feira a prevalência de uma esquerda sectária que se julga dona da democracia e deseja a morte cívica de Cavaco Silva, e defendeu um "reequilíbrio do espaço público".

Esta posição foi transmitida pelo antigo líder do PSD (1998/2004) e antigo chefe do Governo português (2002/2004) na apresentação do livro de Cavaco Silva, intitulado "O Primeiro-Ministro e Arte de Governar", da Porto Editora, numa sessão que encheu o Grémio Literário, em Lisboa.

Durão Barroso, que foi primeiro secretário de Estado e depois ministro de governos de Cavaco Silva, manifestou-se surpreendido com o facto de o livro do Presidente da República entre 2006 e 2016 ter sido criticado por comentadores e agentes políticos mesmo antes de ser divulgado.

Cabendo-lhe a apresentação do livro, o ex-presidente da Comissão Europeia frisou que Cavaco Silva, na sua carreira política, conseguiu o feito ímpar de ter obtido quatro maiorias absolutas: duas enquanto primeiro-ministro (1987 e 1991) e outras duas enquanto Presidente da República (2006 e 2016).

"Fiquei surpreendido e até algo indignado quando vi, ainda antes de o conteúdo do livro ser publicado, tantos comentadores e agentes políticos a criticarem este livro. O que se passa quando há tanta acrimónia em relação ao professor Cavaco Silva? O que se passa quando alguns comentadores e agentes políticos querem decretar a morte cívica do professor Cavaco Silva?", interrogou-se.

Durão Barroso defendeu que deveria ser reconhecido ao ex-Presidente da República, "como aconteceu a outros estadistas portugueses, a combatividade, a vontade de intervir e de tomar a palavra, partilhando a sua experiência".

Neste contexto, avançou com possíveis explicações sobre a forma como o antigo primeiro-ministro e Presidente da República é tratado por uma parte da esquerda portuguesa.

"Pode ser a palavra inveja quando se está perante alguém que conseguiu os mais espetaculares resultados em democracia, mas penso que é mais profundo do que isso - e digo-o como uma certa pena. Penso que em Portugal temos uma certa esquerda que é muito dogmática, que é intolerante e preconceituosa", criticou.

Na perspetiva do antigo líder social-democrata e primeiro-ministro de um executivo de coligação PSD/CDS-PP, no espaço do centro direita, em geral, reconhece-se os méritos dos adversários políticos, "o que é saudável".

"Mas também há uma certa direita, com falta de inteligência e de cultura política, que alimenta o complexo de superioridade de uma certa esquerda", referiu sem especificar essa corrente, antes de procurar identificar "o problema de fundo" existente no país político.

De acordo com Durão Barroso, a democracia nascida com a revolução de 25 de Abril de 1974 sucedeu a um regime "autoritário, reacionário e conservador".

"Há uma esquerda que se considera dona e proprietária do regime e nunca quer aceitar que haja personalidades do centro-direita que tenham sucesso nos planos nacional e internacional. De facto, é uma pena, porque se trata de um ressentimento", advogou o antigo presidente da Comissão Europeia.

O antigo primeiro-ministro defendeu depois que Portugal "precisa de respirar com os dois pulmões, o esquerdo e o direito", e que se impõe no país um reequilíbrio do espaço público entre esquerda e direita.

"Infelizmente, no país, há muita gente que só quer respirar com um pulmão. No espaço público, o país está muito desequilibrado e precisa de ser reequilibrado", considerou.

Depois, dirigiu-se diretamente a Cavaco Silva: "Continue a incomodar todos aqueles que ficam nervosos mesmo antes de o ouvirem".

"É sinal que continua com força e essa é a melhor forma de comemorarmos para o ano os 50 anos do 25 de Abril, que é de todos os que querem viver em democracia e em liberdade", acrescentou.

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  • José J C Cruz Pinto
    16 set, 2023 Ílhavo 05:30
    Pirou de vez! O que há é uns imaturos e inconsequentes que o querem ressuscitar.

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