19 set, 2023 - 18:45 • Ricardo Vieira, com Lusa
A moção de censura do Chega ao Governo foi chumbada esta terça-feira no Parlamento.
A moção contou com os votos favoráveis dos deputados do Chega e da Iniciativa Liberal.
Votaram contra a maioria socialista, o Bloco de Esquerda, o PCP, o Livre e PAN.
A moção de censura contou com a abstenção do PSD.
Contas feitas, 131 deputados votaram contra, 17 a favor e 62 abstiveram-se.
O debate ficou marcado pelas críticas da oposição ao Governo e da resposta do primeiro-ministro. António Costa considera que a moção de censura do Chega ao Governo "diz zero aos portugueses", embaraça o PSD e arrasta da Iniciativa Liberal.
O presidente do Chega, André Ventura, considera que o atual Governo é “o pior” da história portuguesa e desafiou os partidos à direita a mostrarem que constituem uma alternativa e que não são cúmplices do PS.
Durante o debate, o primeiro-ministro anunciou que na próxima semana o Conselho de Ministros vai aprovar o diploma de privatização da TAP e admitiu que a companhia aérea poderá ser vendida na totalidade.
No seu discurso, o primeiro-ministro referiu medidas do Governo nos setores da saúde, da habitação e, termos globais, para fazer face aos efeitos da inflação.
Nesse sentido, repetiu que, no Conselho de Ministros de quinta-feira, o Governo vai aprovar “uma medida que permitirá a redução e estabilização por dois anos do montante da prestação mensal [do crédito à habitação], assim garantindo previsibilidade e tranquilidade na vida das famílias”.
Para as famílias que vivem em casas arrendadas, de acordo com o primeiro-ministro, “para além do teto ao aumento de renda em 2023", foi criado um "subsídio de renda que apoia mensalmente 185 mil famílias”, um universo que "será alargado”.
No encerramento do debate parlamentar da moção de censura ao Governo, a ministra da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, prometeu um significativo reforço da ação social escolar e das residências universitárias até 2026, num discurso em que defendeu a existência de progressos no investimento científico.
Já o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, acusou o PSD de se ter rendido ao socialismo e ser "frouxo, fraquinho e fofinho" e defendeu que o seu partido é a "única oposição" ao PS.