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Operação Tempestade Perfeita

Gomes Cravinho pode estar a ser vítima de quem cometeu crimes, diz Brilhante Dias

02 out, 2023 - 13:03 • Lusa

Presidente do grupo parlamentar do PS insiste que “área da Defesa precisa de uma auditoria geral”.

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O líder parlamentar do PS assinalou esta segunda-feira que as acusações contra o ministro João Gomes Cravinho partem de um arguido no processo “Tempestade Perfeita” e pode estar a ser vítima de quem cometeu crimes.

Esta posição foi transmitida por Eurico Brilhante Dias em declarações aos jornalistas no aeródromo de Ponte de Sor, distrito de Portalegre, no âmbito das reuniões descentralizadas da direção do Grupo Parlamentar do PS.

Interrogado se João Gomes Cravinho tem condições políticas para continuar a desempenhar as funções governativas depois dos últimos desenvolvimentos cometidos no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”, Eurico Brilhante Dias pediu uma leitura atenta à notícias publicada pelo semanário Expresso na passada sexta-feira.

“Custa-me que as pessoas não leiam a notícia toda daquilo que saiu num jornal semanário na sexta-feira. A notícia diz, preto no branco, que a personalidade em causa, arguido nesse processo, é uma personalidade, diz o mesmo jornal, que foi escutada junto de outros arguidos a montar uma estratégia de envolvimento dos políticos”, reagiu o líder da bancada socialista.

O presidente do Grupo Parlamentar do PS disse que lhe custa que se faça política acusando o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, “quando se sabe que esse conjunto de pessoas, que tem naturalmente e legitimamente direito à presunção da inocência, foi escutada a procurar envolver políticos para desviar as atenções”.

“Nesta fase, o mais fácil é acusarmos o ministro que estava em funções. Provavelmente, está a ser vítima daqueles que cometeram crimes no Ministério da Defesa. Devemos apoiar todas as investigações que apurem a verdade. Apontar o dedo ao ministro que estava em funções é apenas uma forma de desviar as atenções. Isso é provavelmente o que queriam os atuais arguidos.”

Eurico Brilhante Dias repetiu a sua tese de que a “área da Defesa precisa de uma auditoria geral”.

“Hoje, temos notícias que a auditoria está de facto a ocorrer por iniciativa da senhora ministra [da Defesa, Helana Carreiras]”, acrescentou.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros repudiou de forma "veemente e inequívoca" qualquer ligação a alegados casos de corrupção na Defesa, reiterando não ter estado envolvido no polémico contrato com o ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira.

O Expresso noticiou que um dos arguidos no caso "Tempestade Perfeita", Paulo Branco, à época responsável financeiro na Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, implicou João Gomes Cravinho no caso do contrato de assessoria no valor de cerca de 50 mil euros celebrado com Marco Capitão Ferreira.

Segundo o semanário, Paulo Branco declarou que o então ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, “tinha concordado” ou até “pedido” para se fazer um contrato de assessoria com Capitão Ferreira para o compensar e “pôr as contas em dia” pelos trabalhos realizados numa “comissão fantasma” que funcionava na órbita do seu gabinete.

Esta acusação foi negada por João Gomes Cravinho.

“Repudio de forma veemente e inequívoca a sugestão feita na manchete do jornal Expresso”, afirmou João Gomes Cravinho.

Confrontado com as manifestações pelo cumprimento do direito à habitação, o presidente do Grupo Parlamentar do PS considerou que a situação “é grave” no setor.

“Não é por acaso que temos um pacote de mais de 3,5 mil milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, destinado à habitação. Fazer demora tempo e não há nenhuma bala de prata para resolver tudo de um dia para o outro. Os portugueses sabem que quem lhes disser que resolve o problema de um dia para o outro, está a mentir”, afirmou.

Eurico Brilhante Dias defendeu que o PS “é equilíbrio” e que, na área da direita, “há apenas iniciativas de proteção de interesses”.

“Sabemos que o alojamento local é importante, mas à direita não se quer tocar em nada. Limitámos os vistos gold, acabando com os vistos gold para o setor imobiliário, mas a direita queria mantê-los. À nossa esquerda pede-se congelamento de rendas e uma forma tão intrusiva pelo Estado que, provavelmente, iria paralisar a intervenção do setor na construção”, considerou.

Em Ponte de Sor, perante os jornalistas, Eurico Brilhante Dias procurou destacar a importância económica, social e científica do cluster do aeronáutico, assim como os projetos no âmbito das Agendas Mobilizadores.

“Saliento o lançamento do projeto da barragem do Pisão como um elemento central. Será um investimento muito importante para o Alentejo e esperamos que em 2024 seja adjudicado", disse, antes de referir as visitas que serão feitas esta tarde ao Hospital de Portalegre, à Delta em Campo Maior e a uma empresa pecuária de Sousel.

“Vamos apresentar um projeto de resolução para a requalificação do Tribunal de Portalegre. Temos fortes expectativas que a requalificação e ampliação seja uma realidade no Orçamento do Estado para 2024”, acrescentou.

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