28 out, 2023 - 13:37 • Lusa
O líder da Iniciativa Liberal considerou este sábado "absolutamente inaceitável" que o Governo "deixe o país caminhar para o abismo", depois do aviso de que novembro poderá ser o pior mês dos últimos 44 anos do Serviço Nacional de Saúde.
"Estamos em véspera de, dependendo de negociações que estão em curso, podermos ter o novembro mais dramático na área da saúde. Isto é absolutamente inaceitável", afirmou o líder da Iniciativa Liberal (IL).
Rui Rocha, que discursava no 3.º Encontro Nacional de Núcleos do partido, no Porto, defendeu que, independentemente do resultado das negociações entre o Governo e os sindicatos dos médicos, "é absolutamente inaceitável que o Governo deixe o país caminhar para o abismo".
Acusando o Governo de não tomar medidas, o líder da Iniciativa Liberal destacou que o primeiro-ministro, António Costa, "não chegou ao poder ontem, chegou ao poder há oito anos".
Numa entrevista ao jornal Público na terça-feira, o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, avisou que se os médicos não chegarem a acordo com o Governo, novembro poderá ser o pior mês dos últimos 44 anos no SNS.
Fernando Araújo disse temer que novembro seja "um mês dramático" e deixou um apelo aos médicos: "Temos de reclamar direitos, mas de uma forma que seja eticamente irrepreensível".
Na sexta-feira, o ministro da Saúde reafirmou a disponibilidade para chegar a um entendimento com os sindicatos dos médicos, mas avisou que nenhum acordo pode pôr em causa a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“A existir, e estamos muito empenhados em que exista, tem de ser um acordo equilibrado, que seja bom para os portugueses, para que vejam aumentado o seu acesso à saúde, bom para o SNS, permitindo reorganizar o seu funcionamento, e que compense os profissionais”, disse Manuel Pizarro.
O ministro prestava declarações aos jornalistas depois de uma reunião com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que apresentaram à tutela uma contraproposta negocial na qual exigem a reposição do horário semanal de 35 horas para todos os médicos que assim o desejem e das 12 horas semanais de trabalho no Serviço de Urgência, bem como um aumento salarial transversal de 30%.
Num encontro dedicado às eleições autárquicas de 2025, Rui Rocha anunciou a estratégia da IL, assente em quatro eixos, no âmbito da discussão do Orçamento de Estado de 2024.
Num desses eixos, intitulado 'Portugal a funcionar', serão apresentadas medidas nas áreas da saúde, transportes, habitação e educação, adiantou o líder da IL.