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Albuquerque diz que buscas acentuam "descrédito das instituições democráticas"

07 nov, 2023 - 12:39 • Lusa

"A Justiça tem de funcionar, é um poder independente", afirmou Miguel Albuquerque.

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O presidente do Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) disse esta terça-feira que as buscas em vários ministérios e ao chefe de gabinete do primeiro-ministro contribuem para o "descrédito das instituições democráticas" e beneficiam "partidos radicais à esquerda e à direita".

"A Justiça tem de funcionar, é um poder independente", afirmou Miguel Albuquerque, para logo acrescentar: "Agora, do ponto de vista da credibilidade das instituições democráticas, é muito mau porque isto faz com que comecem cada vez mais, e aliás isso tem acontecido, a emergir forças radicais e populistas".

Falando à margem de uma reunião com o presidente do parlamento regional, no Funchal, a quem entregou o programa do executivo para o quadriénio 2023-2027, Albuquerque disse que a investigação sobre projetos de exploração de lítio que hoje levou a buscas em vários ministérios e ao chefe de gabinete do primeiro-ministro contribui para enfraquecer os "partidos centrais do sistema".

"É mais uma situação que leva, de facto, ao descrédito das instituições democráticas e eu, como democrata, isto preocupa-me", disse.

O chefe do executivo madeirense não quis avaliar o impacto da investigação no Governo socialista de maioria absoluta, mas sublinhou que "enfraquece sobretudo os partidos centrais do sistema e beneficia os partidos radicais à esquerda e à direita".

"O grande desafio da Europa e o grande desafio dos próximos anos, no que diz respeito às democracias pluralistas, é manter os partidos de centro no eixo da ação política porque a radicalização não leva a lugar nenhum e, depois, esta emergência dos populismos é preocupante", alertou, reiterando que "estamos perante mais uma situação de descredibilização das instituições democráticas".

O jornal Público noticiou hoje a realização de buscas pela PSP em diversos ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, no âmbito de uma investigação sobre projetos de exploração de lítio, em Montalegre.

Segundo o Público, foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas.

O jornal acrescentou que serão constituídos arguidos os ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, e das Infraestruturas, João Galamba, assim como o anterior ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

Contactada pela Lusa, a assessoria de comunicação do primeiro-ministro confirmou a realização de buscas no gabinete de Vítor Escária, acrescentando que não há comentários por parte de São Bento à ação da justiça.

"Confirmamos que há buscas no gabinete do chefe de gabinete [Vítor Escária]. Não comentamos a ação da justiça", disse à agência Lusa a fonte da assessoria de António Costa.

Entretanto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu hoje o primeiro-ministro no Palácio de Belém, em Lisboa, a pedido de António Costa, disse à Lusa fonte da Presidência da República.

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