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"Não podemos perder mais tempo". Montenegro pede eleições antecipadas

07 nov, 2023 - 20:13 • Ricardo Vieira

"O governo caiu e caiu por dentro. É imperioso recuperar a credibilidade", declarou o líder do PSD, em reação à demissão do primeiro-ministro, António Costa. Luís Montenegro acusa o PS de, ela terceira vez em 22 anos, colocar o país no "pântano".

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O presidente do PSD, Luís Montenegro, diz que Portugal não pode perder mais tempo, depois da demissão do primeiro-ministro, António Costa, e defende a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas.

"O governo caiu e caiu por dentro. Não podemos perder mais tempo. É imperioso recuperar a credibilidade, a dignidade institucional e a confiança que se perderam e desbarataram. Esta recuperação só é viável com eleições antecipadas, estamos preparados", afirmou esta terça-feira Luís Montenegro, ao início da noite, numa declaração na sede do partido, em Lisboa.

O líder do PSD diz que nunca teve pressa de eleições antecipadas, "mas agora a degradação do Governo impõe que não se perca mais tempo e que se devolva a palavra ao povo".

Montenegro considera que "os portugueses sabem que há uma alternativa séria e ambiciosa e conhecem o nosso sentido de responsabilidade, firmeza, compromisso com a verdade, a ética e a urbanidade".

"A legitimidade do Partido Socialista ruiu por si próprio. Pela terceira vez em 22 anos que as mesmas pessoas, as mesmas políticas e o mesmo padrão político trazem um pântano à democracia portuguesa", atirou o presidente dos sociais-democratas e líder da oposição.

Montenegro considera que "está na hora de penalizar e responsabilizar, sem apelo nem agravo, a reincidência de uma organização partidária que dá mostras de muito facilmente ceder as esquemas de compadrio político, de vertigens de poder hegemónico, de orientações de política que geram sempre empobrecimento e pobreza".

"Portugal não precisa de aventuras e visões revolucionárias"

Numa reação à investigação aos negócios no setor do lítio e do hidrogénio, que levou à demissão de António Costa, o líder do PSD sai em defesa do interesse público em detrimento de "interesses particulares".

"Portugal não pode permitir que importantes decisões de investimento e financiamento público possam ser tomadas por qualquer outro critério que não seja exclusivamente o interesse público. Seja na transição energética e ambiental, seja no Parque Escolar, seja em parcerias público-privadas, na Defesa Nacional ou nas grandes infraestruturas, o país não pode ser levado a decidir com base em interesses particulares, muitas vezes disfarçados com sofisticados esquemas de suporte técnico."

Montenegro também defende que Portugal "não pode ser o país onde a ideologia é utilizada sem seriedade intelectual, de forma populista e demagógica para empobrecer segmentos da população, onde muitas vezes se criam esquemas de dependência para perpetuar ciclos de poder político de grupo. Esta manipulação como a mentira têm sempre um prazo de validade e acarretam a formação de uma legião de pobres e remediados, dependentes e frustrados, numa espécie de corrupção social e política".

O líder do PSD começou a sua intervenção por dizer que, nesta altura de crise política, a sua atenção está está sempre centrada nos problemas dos portugueses, em quem não tem dinheiro para pagar a alimentação, os medicamentos, os transportes, a energia, a casa ou não tem acesso à saúde ou "desespera por um professor na sala de aula".

"Hoje é preciso assegurar que temos liderança, equipa e programa para inverter o ciclo de empobrecimento que nos trouxe até aqui", afirmou Luís Montenegro.

"Não é uma fatalidade sermos um país pobre"

O presidente do PSD defende que "não é uma fatalidade sermos um país pobre, não é uma fatalidade termos urgência encerradas, falta de médicos e professores, os nossos jovens a emigrar. Não é uma fatalidade haver corrupção administrativa e política, termos impostos asfixiantes".

"Não é uma fatalidade, é uma escolha", declarou. "Quero dizer-vos, olhos nos olhos, que nós em Portugal temos tudo para fazer as melhores escolhas e para construir uma sociedade mais justa", sublinhou.

Acordo com o Chega? "Não é um não"

Montenegro afirma que os últimos 25 anos foram duros para quase todos, mas a resposta está em cada português.

"As respostas aos problemas estruturais da demografia, do fraco crescimento económico, dos baixos salários, do colapso dos sistemas públicos de Saúde e de Educação exigem serenidade, arrojo, sensatez e vontade transformadora. Exigem as características do ser português: coragem, bravura, mas também moderação e tolerância. Portugal não precisa de aventuras e visões revolucionárias. Precisamos de realismo, reformismo e de um contrato social renovado. Precisamos de inclusão, ambição e união", defende o líder social-democrata.

Questionado pelos jornalistas se fecha a porta a acordos com o Chega, Montenegro respondeu que "não é um não" e que tem um "compromisso com os portugueses e com o país" e "não é de falhar aos seus compromissos e a Portugal".

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  • EU
    08 nov, 2023 PORTUGAL 11:56
    INFELIZMENTE tenho de dizer o que é verdade e não o que é agradável ou apetecível. Conhecendo o País como conheço e conhecendo o ESPÍRITO dos militantes e APOIANTES do PPD/PSD, leva-me, com tristeza, a dizer que se houver ELEIÇÕES, o PS volta a ganhar. O PPD/PSD não tem as BASES que tinha nas décadas passadas. O grande eleitorado APOIANTE do PPD/PSD já não está entre Nós e outra parte já não se desloca para VOTAR porque a DESILUSÃO é grande. As ESTRUTURAS envelheceram e não prepararam os MAIS NOVOS para darem seguimento ao caminho ganhador que era o Partido. Não há sangue novo e o que ainda anda por LÁ não TRABALHA para rejovenescer o Partido. Aquelas MULTIDÕES que faziam ARREPIAR os não apoiantes, convidando-os a juntarem-se, já não existem. Não é que não QUEIRAM, não existem porque aquilo que SONHARAM foi lançado ao vento. Queiram ou não, não vejo a ALEGRIA de tempos passados e isto para não entrar em PORMENORES que nos são MOSTRADOS através das televisões. O PS volta a ganhar porque MUITO ANTES das eleições as PESSOAS já sabem para os LUGARES que seguem após as eleições. Por OUTRAS PALAVRAS, as promessas de EMPREGO são feitas antes do tempo. Falo porque SEI qual é o MODO de trabalhar dos Socialistas. Sempre que o PS ganhou ELEIÇÕES os Serviços Públicos tiveram de alargar o quadro de PESSOAL para encaixar as suas PROMESSAS. É triste, mas é a realidade. Numa das eleições, OUVIA dizerem que a partir das eleições IAM para o SERVIÇO X, iam para o LOCAL y e por aí fora. A maneira de ganhar eleições é esta no PS, não tenham dúvida, pois os ATROPELOS são esses. Por OUTRO lado os Partidos da GERINGONÇA ainda estão ACTIVOS e o descontentamento é muito ESQUERDISTA. Há uns tempos já aqui disse que as ESTRUTURAS do PPD/PSD, não são de MANGAS arregaçadas e PENSAM que as eleições SÓ se ganham em Lisboa e Porto. NÃO pensem que sou ave de mau agouro, mas sou isso sim, REALISTA. Devo dizer que quem assinou o meu cartão de Militante foi António Capucho e apenas tinha 39 militantes mais antigos do que eu, num UNIVERSO de MAIS de meio MILHAR na minha Concelhia. Quantos haverá AGORA? Arregacem as MANGAS e pernas ao CAMINHO, com propostas VERDADEIRAS mas HUMANAS e não ILUSÓRIAS.
  • Sara
    07 nov, 2023 Lisboa 23:16
    Eu escrevo um comentário mas vejam lá se o colocam, Marcelo já vens tarde, isto já deveria ter sido feito há muito tempo, as verdadeiras intenções do costa foram se revelando aos poucos, nunca mandou embora os seus amigos, será que todos.eles compactuam com coisas não muito boas?o país está muito mal, e quando já não houver dinheiro para subsídios, o que vão fazer a tanta gente que anda por cá a passear e que tem um ódio tão grande?a Europa chegou a isto e o Trump já avisou, vai começar tudo a fugir com dinheiro de fundos e esquemas, e cá estamos nós num país em que quem vai pro governo é só para interesses próprios, quem é que consegue mudar essa imagem?quem de fato é livre, imparcial e gosta de Portugal?quem quer casar com a carochinha?

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