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Crise política

Costa exonera Vítor Escária e nomeia major-general como sucessor

09 nov, 2023 - 11:39 • Redação

Chefe de gabinete de Costa, detido no âmbito da Operação Influencer, será substituído pelo atual assessor militar do primeiro-ministro.

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O primeiro-ministro demissionário, António Costa, assinou esta quinta-feira o despacho de exoneração do seu chefe de gabinete, Vítor Escária, um dos arguidos detidos no âmbito da Operação Influencer.

A RTP avança que será o major-general Tiago Vasconcelos a assumir a chefia do gabinete de Costa até à sua saída, uma informação já confirmada pela Renascença.

Vasconcelos era assessor militar do primeiro-ministro desde junho de 2018. Oficial de Cavalaria, durante anos foi assessor do general Rocha Vieira (último governador de Macau).

Numa notícia publicada aquando da nomeação do militar para o gabinete de Costa, o DN lembrava que, em 2017, Tiago Vasconcelos esteve envolvido numa polémica sobre a sua promoção a tenente-general, enquanto exercia funções de adjunto para o Planeamento e a Coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA).

A exoneração de Escária e a nomeação de Vasconcelos foram anunciadas enquanto decorre o Conselho de Ministros na residência oficial do primeiro-ministro, que na terça-feira foi um dos alvos das buscas do Ministério Público por suspeitas de tráfico de influência e crimes de corrupção relacionados com negócios do lítio, do hidrogénio verde e da criação de um mega data center em Sines.

No âmbito da Operação Influencer, já foram constituídos nove arguidos, cinco dos quais foram detidos, entre eles Vítor Escária e Lacerda Machado, amigo próximo de Costa.

O economista Vítor Escária foi nomeado em agosto de 2020 chefe de gabinete do primeiro-ministro, substituindo Francisco André, que assumiu então funções na representação permanente de Portugal junto da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento da Europa (OCDE) e que é atualmente secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

Vitor Escária, de 48 anos, economista e professor do Departamento de Economia do ISEG, tinha sido antes assessor económico do antigo primeiro-ministro José Sócrates.

Em 2019, já numa altura em que era assessor económico de António Costa, esteve envolvido no processo de recebimento indevido de vantagem no caso das viagens pagas pela Galp no Euro2016 de futebol.

No que respeita ao novo chefe de gabinete do primeiro-ministro, o major-general Tiago Maria Ramos Chaves de Almeida e Vasconcelos, de 63 anos, natural de Lisboa, ingressou na Academia Militar em 1978. Segundo o Governo, antes de ser assessor militar do primeiro-ministro e adjunto para o planeamento e coordenação do Estado-Maior-General das Forças Armadas, foi inspetor-geral do Exército e diretor honorário da Arma de Cavalaria.

Tiago Vasconcelos é grande-oficial da Ordem Militar de Avis e comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Possui a Grã-Cruz do Mérito Militar com distintivo branco do Reino de Espanha.

No seguimento das buscas domiciliárias e não-domiciliárias na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que o primeiro-ministro é alvo de um inquérito-crime autónomo do Supremo Tribunal de Justiça por ser referido em várias escutas do processo, o que levou Costa a pedir demissão da chefia do Governo.

Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa esteve a receber os partidos com assento parlamentar, na véspera de reunir o Conselho de Estado. Para hoje também está marcada uma declaração do Presidente da República ao país, para anunciar se dissolve o Parlamento e marca eleições antecipadas.

[atualizado às 12h28]

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  • EU
    09 nov, 2023 PORTUGAL 13:51
    De quando em quando vamos vendo como a REVOLUÇÃO dos CRAVOS, nunca foi bem CONTADA. Já repararam que neste País de ABRIL existem MAIS majores generais, tenentes generais do que PRAÇAS? ELES conseguiram os seus interesses, enquanto quem distribuiu os CRAVOS ainda espera pela DISTRIBUIÇÃO das PROMESSAS.

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