14 nov, 2023 - 15:19 • Manuela Pires
A líder parlamentar do Partido Comunista, Paula Santos, recusou esta terça-feira apontar cenários pós-eleitorais e um possível entendimento com o Partido Socialista, dizendo por várias vezes que o importante é reforçar a posição do partido na Assembleia da República.
“O que interessa são as opções políticas e o que nós vimos é que o PS tem estado subalterno aos grupos económicos e multinacionais (…), são necessários mais deputados do PCP, para que efetivamente sejam possíveis avanços e conquistas”, declarou Paula Santos.
Em conferência de imprensa para apresentar as propostas de alteração ao Orçamento do Estado, a líder da bancada parlamentar do PCP colocou o Partido Socialista ao lado dos partidos da direita, porque todos defendem a limitação de salários e estão ao serviço dos grandes grupos económicos.
“Este é um Orçamento do PS, mas é também um Orçamento ao serviço dos interesses dos grupos económicos. As aparentes divergências do PSD, do Chega e da IL com o conteúdo desta proposta, não alteram um facto: todos eles convergem na limitação dos salários e das pensões, na submissão ao Euro e às imposições orçamentais de Bruxelas em detrimento dos serviços públicos, nos escandalosos benefícios e privilégios fiscais ao grande capital que este orçamento abraça”, referiu a deputada Paula Santos.
Para além das propostas já conhecidas, do aumento dos salários, das pensões, da regulação e redução dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o PCP revelou esta tarde mais propostas de alteração, a começar pela redução o preço dos passes para 20 euros.
“A intervenção do PCP foi decisiva para reduzir o valor do passe social. Propomos prosseguir este caminho com a redução do valor do passe para 20 euros e a gratuitidade para todos os jovens até aos 23 anos e para as pessoas com mais de 65 anos”, defende Paula Santos.
Os comunistas apresentam ainda um pacote de medidas noutras áreas da saúde, “com a gratuitidade dos medicamentos para as pessoas com mais de 65 anos, para os doentes crónicos e para as pessoas em situação da insuficiência económica”.
Na habitação, Paula Santos aponta um teto para o aumento das rendas no próximo ano de 0,43% e a redução do valor da prestação da casa.
“O PCP propõe a limitação da atualização do valor das rendas dos contratos atuais e de novos contratos a 0,43%, assim como o reforço da proteção dos inquilinos assegurando maior estabilidade no arrendamento; a redução do valor das prestações ao banco, com recurso às taxas e comissões, pondo os lucros da banca – mais de 3,3 mil milhões euros só nos primeiros nove meses do ano - a suportar o aumento das taxas de juro e o alargamento da oferta pública de habitação com um programa de construção de 50 mil habitações”, propõe a líder parlamentar do PCP.