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A semana de Nuno Botelho

Só à terceira Galamba sai do Governo. “Costa foi para lá do limite”

18 nov, 2023 - 09:49 • Hugo Monteiro

O presidente da Associação Comercial do Porto considera que “exemplos como os do ex-ministro Galamba não dignificam o país”. Nuno Botelho diz que “a corrida eleitoral está acesa” no PS e no país, na sequência da Operação Influencer em que “todos andaram mal”.

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A semana de Nuno Botelho, 18 de novembro

O presidente da Associação Comercial do Porto diz que António Costa foi “até ao limite, ou mesmo para lá do limite” ao permitir que João Galamba só “à terceira” tenha saído do Governo.

“Após a reunião secreta com a CEO TAP, depois dos episódios lamentáveis das cenas de pugilato no Ministério das Infraestruturas, após o seu pedido demissão não ter sido aceite por António Costa e, por isso, ter sido criado um conflito institucional com o Presidente da República, João Galamba, depois de ter sido constituído arguido num processo de tráfico de influências, é finalmente afastado”.

Nuno Botelho considera que “se criou uma guerra entre Belém e São Bento” que, na sua opinião, “era desnecessária”. “Exemplos como os do ex-ministro Galamba não dignificam o exercício da política, não credibilizam os titulares de cargos públicos e vão contribuindo para a degradação institucional a que temos vindo a assistir”, sintetiza, sublinhando que “desse ponto de vista, temos aqui um cenário que a todos deve preocupar”.

“Exemplos como os do ex-ministro Galamba não dignificam o exercício da política, não credibilizam os titulares de cargos públicos e vão contribuindo para a degradação institucional a que temos vindo a assistir”

Para o presidente da Associação Comercial do Porto, “a corrida eleitoral está acesa dentro do PS, mas também já fora”. Por um lado, com a formalização de candidaturas à liderança socialista. Por outro, com a queda, no Parlamento, da proposta de aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos mais antigos: "o PS percebeu que a medida do IUC era de facto muito impopular e de retorno financeiro para o Estado muito duvidoso. Penalizava de uma forma muito, muito dura aqueles que menos capacidade têm de trocar de carro, ou de trocar por carros mais ‘verdes’”.

O país e a democracia portuguesa “ficam mal”

No habitual espaço de comentário semanal na Renascença, Nuno Botelho diz, ainda, que, na sequência da divulgação da Operação Influencer “todos andaram mal”. “Andou mal o Ministério Público e a Procuradora Geral da República, ao não darem esclarecimentos cabais sobre o assunto. Andou mal o PS, na pessoa de vários dos seus representantes, ao exigir esclarecimentos e a fazerem essas pressões. Andou mal o primeiro-ministro cessante, ao dar uma conferência de imprensa no sábado à noite, exigindo e pondo, digamos assim, a tónica muito clara no Ministério Público e na sua atuação. Tentando, até, cortar a sua atuação”.

“No fim disto tudo, a democracia portuguesa fica mal, o Estado português fica mal, o país fica mal”.

Norte da semana

“De acordo com o ranking da Startup Portugal, a Universidade do Porto é a instituição de ensino superior em Portugal que tem mais empreendedores entre os seus alunos. A Universidade do Porto produziu, este ano, 275 fundadores de startups. Supera, por exemplo, a Universidade Nova de Lisboa, que teve 253. Eu acho que este é um dado muito interessante, muito meritório para a Universidade do Porto, que se consolida, assim, como a academia mais inovadora e aquela que melhor orienta os seus alunos para a criação de negócios e para um contributo mais efetivo para o desenvolvimento do país. Porque, de facto, a academia existe para criar negócios, gerar riqueza e contribuir para o crescimento do país”, afirma Nuno Botelho.

Desnorte da semana

A instabilidade política que prejudica o PRR: “A prova disso foi a conferência de imprensa na qual o presidente da comissão de acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência, Pedro Dominguinhos, mostrou sinais de enorme preocupação perante a atual situação política. Ele disse mesmo que a paralisação do Governo, neste momento, entre janeiro e março de 2024, vai coincidir com o pedido da quinta e sexta tranche do PRR no valor de 5 mil milhões de euros. E, portanto, aqui estamos a falar de cerca de 25% dos investimentos e medidas previstas no PRR, que já estão a ter uma execução crítica e muito preocupante. É, de facto, muito, muito grave para o futuro deste plano, que para a economia portuguesa é muito importante. Eu acho que esta é a grande fatura da crise política e da falta de liderança que o país, neste momento, atravessa”.

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