Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Paulo Raimundo contra decisão de Governo PS de adiar compra da Lusa

02 dez, 2023 - 16:32 • Lusa

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou hoje o Governo PS por não ter avançado com a compra da agência Lusa, sublinhando que tem uma maioria absoluta e não precisa de "consenso alargado".

A+ / A-

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou este sábado o Governo PS por não ter avançado com a compra da agência Lusa, sublinhando que tem uma maioria absoluta e não precisa de "consenso alargado".

Em declarações no final de um almoço com militantes comunistas, em Ovar, Aveiro, o líder do PCP respondeu à questão da Lusa afirmando: "quando os governos não querem tomar decisões arranjam sempre maneira de encontrar uma escapatória, isso é uma escapatória".

Na quinta-feira, o Governo anunciou que o processo de compra, pelo Estado, de 45,7% da agência Lusa, pertencentes à Global Media e à Páginas Civilizadas, falhou por "falta de um consenso político alargado".

"Qual é a falta de consenso político alargado? O PS tem a maioria absoluta, qual é o problema? Onde é que é preciso o consenso político alargado?", questionou o dirigente comunista.

E prosseguiu: "ainda há pouco o disse, Orçamento de Estado tem 1,6 milhões de euros para benefícios fiscais. Houve consenso alargado para isso? Não me parece, mas foi decidido, não foi?".

Nesta equação, Paulo Raimundo incluiu também os "200 milhões para as PPP [Parcerias Púbico Privadas] mais os oito milhões de euros para transferências do Serviço Nacional de Saúde para o setor privado do negócio da doença", como exemplos de como o PS decidiu sem precisar de consenso político alargado.

"Isso é uma falsa questão. O Governo devia era ter aproveitado a oportunidade que está aberta e, de uma vez por todas, adquirir aquilo que está em venda, lá está, para tornar a agência Lusa aquilo que achamos deve ser, uma agência noticiosa ao serviço do país, ao serviço da informação, e que deve ser pública", assinalou o dirigente do PCP.

Em final de conversa, Paulo Raimundo pediu para "abrir um parêntesis" para dizer que isto "é o fim da picada", lembrando a admissão do primeiro-ministro na sexta-feira "do lançamento em janeiro da rede TGV", situação que o PCP concorda e, depois, "sobre a Lusa... o que é um gajo há de dizer?".

No comunicado do Ministério da Cultura, intitulado "Estado não adquire participações sociais na Lusa" lê-se: "no momento atual, não existindo um consenso político alargado, a operação revelou-se inviável". .

No mesmo texto, o ministério afirma que "caberá ao próximo Governo assumir as suas responsabilidades e encontrar uma solução que garanta o salutar pluralismo, independência e salvaguarda do serviço público prestado pela Lusa - essencial para o conjunto da comunicação social".

Nas "circunstâncias da atual situação política", o Governo considera, no comunicado, que não tem condições de tomar esta decisão. .

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+