05 dez, 2023 - 18:13 • Liliana Monteiro com redação
O social-democrata Paulo Rangel disse nesta terça-feira que as declarações do ministro da Educação, a admitir a devolução do tempo de serviço aos professores, mostram uma total falta de credibilidade e acusou João Costa de "desfaçatez".
Em entrevista à Renascença, o ministro da Educação, João Costa, disse que pode vir a haver margem para a recuperação total do tempo de serviço dos docentes.
“Eu disse sempre que a reivindicação dos professores é justa e legítima. Se houver uma gestão, que espero venha a ser liderada por Pedro Nuno Santos enquanto primeiro-ministro, que, em termos de opções orçamentais, consiga dar resposta a isto - como ele diz na sua moção - no quadro de todas as carreiras da administração pública que têm tempo para recuperar, obviamente que fico muito contente e mais contentes ainda ficarão os professores”, afirmou João Costa.
Educação
João Costa reconhece que, durante a legislatura, f(...)
Para Paulo Rangel, o facto de o ministro dizer agora que, com o candidato a líder do PS Pedro Nuno Santos, há margem para recuperação total do tempo de serviço dos professores, é “ desfaçatez”.
“Eu penso que é verdadeira desfaçatez”, alega Rangel, “vir agora em clima pré-eleitoral interno, numas eleições internas, desdizer aquilo que fez durante estes oito anos”.
O social-democrata acusa João Costa, e o primeiro-ministro, de “desprezo da carreira profissional e da dignidade profissional dos professores”, apontando a “falta de credibilidade deste ministro”.
Rangel lembra um episódio relacionado com a recusa em dar resposta a esta reivindicação dos professores.
“Lembro que António Costa ameaçou demitir-se se os professores recuperassem o título integral em 2019”, salientou o eurodeputado, reafirmando que “este ministro foi sempre contra a recuperação do tempo.”
Por outro lado, “o PSD, antes de quaisquer eleições, em setembro deste ano, apresentou um plano credível baseado na recuperação de todo o tempo dos professores, porque deu prioridade à questão da estabilidade”, afirma Paulo Rangel.
Na opinião do social-democrata “este ministro é responsável não apenas por um facilitismo sem paralelo que está a fazer com que Portugal caia nos rankings todos, como é também responsável pelo maior período de instabilidade na escola portuguesa e uma parte dessa instabilidade resulta da sua teimosia, eu diria, quase que obstinação em atender a esta reivindicação justa dos professores”.
Assim, colar-se a Pedro Nuno Santos e usar esta temática não lhe fica bem, acusa.
Paulo Rangel aponta o que diz ser “uma promessa à ‘Pedro Nuno Santos’ - a promessa do aeroporto: numa terça-feira o aeroporto é num sítio, na quarta-feira é noutro.” Este ministro tem essa credibilidade. Hoje desdiz tudo aquilo que disse para trás, e agora diz que, afinal, se ganhar o candidato de que ele gosta, já é possível”.