07 dez, 2023 - 17:24 • Pedro Mesquita , Marta Pedreira Mixão
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, respondeu a uma pergunta da Renascença sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, e garantiu que o Governo não vai fazer mais comentários até à conclusão dos processos em curso.
"Quanto às questões que me dirigiu a propósito do caso das gémeas, não tenho sequer informação para responder às questões que me coloca. O gabinete do primeiro-ministro já respondeu relativamente à informação de que dispunha e partilhou com os senhores jornalistas a informação de que dispunha. E o Governo não fará mais comentários enquanto decorrem os processos de averiguação", assegurou.
"Todas as questões que me colocou partem do princípio que eu tenho acesso a um conjunto documentação que eu não vi e não conheço e, por isso, não comento", reitera Mariana Vieira da Silva.
O PS anunciou, esta quinta-feira, que vai chamar ao parlamento o atual ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e a presidente do Hospital de Santa Maria, Ana Paula Martins, salientando que "o parlamento fiscaliza o Governo e os órgãos da Administração Pública, e, por isso, quem está em funções".
Presidente da República nega favorecimento e adia(...)
O caso das gémeas foi revelado numa reportagem da TVI, transmitida no início de novembro: duas crianças luso-brasileiras vieram a Portugal, em 2019, receber o medicamento Zolgensma, o mais caro do mundo atualmente. Segundo a reportagem, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, que negou qualquer interferência no caso.
Na segunda-feira, numa declaração aos jornalistas no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que o seu filho Nuno Rebelo de Sousa o contactou sobre este caso em 2019. O chefe de Estado defendeu que o tratamento dado ao caso foi neutral e igual a tantos outros e informou que a correspondência na Presidência da República sobre este caso foi remetida nesse mesmo dia para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além da PGR, o caso está a ser investigado pela IGAS (Inspeção-Geral das Atividades em Saúde) e é também objeto de uma auditoria interna no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.