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Marcelo e Costa concordam. Foram oito anos de "boa convivência"

21 dez, 2023 - 17:32 • João Pedro Quesado

Governo em gestão de António Costa foi ao Palácio de Belém para os tradicionais cumprimentos de boas festas ao Presidente da República. António Costa assinalou que o otimismo "foi passando" de irritante a cativante durante o tempo em que esteve no Governo.

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António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa concordam que os oito anos desde que ambos ocupam as funções de primeiro-ministro e Presidente da República foram de "boa convivência". O atual Governo, que está em gestão desde 7 de dezembro, foi esta quinta-feira ao Palácio de Belém para os tradicionais cumprimentos de boas festas entre os dois órgãos de soberania.

O ainda primeiro-ministro afirmou que os portugueses vão recordar os últimos oito anos como "talvez dos melhores períodos de relacionamento entre os órgãos de soberania". Depois, durante meia hora de discurso em que analisou os oito anos de governação de António Costa, Marcelo mostrou estar de acordo com essa ideia, declarando que "foram oito anos de boa convivência".

O chefe do Governo assinalou que "hoje já mal nos lembramos de algumas das apoquentações que tínhamos há oito anos". Neste momento, disse, o sistema financeiro "já não nos inquieta", e foram vencidos "momentos difíceis" como a pandemia e como os incêndios de 2017.

"Otimismo irritante passou a cativante"

António Costa aproveitou a ocasião para sublinhar que teve "o privilégio de conhecer ainda melhor os portugueses" durante os oito anos de governação, e que está "ainda mais confiante no nosso país".

"Verifiquei com grande satisfação que o otimismo, de irritante, foi passando a ser, pelo menos, se não contagiante, cativante. E foi com grande satisfação que o ouvi ainda antes de ontem lamentar a tendência de alguns para o pessimismo", atirou o primeiro-ministro.

António Costa ofereceu-se ainda para "acrescentar um suplemento de otimismo", por telefone ou presencialmente, depois de deixar o cargo de primeiro-ministro, mas desejou que "nunca seja necessário".

"Que haja muitas venturas e poucas desventuras e que o seu mandato continue a correr até ao fim da forma como os portugueses tão bem têm apreciado", desejou António Costa.

O agora ex-secretário-geral do Partido Socialista saudou a promulgação, por Marcelo Rebelo de Sousa, do Orçamento do Estado para 2024, e fez questão de anunciar a aprovação, pela Comissão Europeia, da transferência, na próxima semana, de 2,4 mil milhões de euros relativos ao terceiro e quarto pagamentos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). O desbloqueio dos fundos já tinha sido anunciado na semana passada, em Bruxelas.

Marcelo esperava que Costa durasse "mais um tempo"

O Presidente da República assumiu que os últimos oito anos foram de "boa convivência" e que vão ser uma "boa recordação", mas não deixou de apontar que esperava que António Costa ficasse mais tempo na liderança do Governo.

"Para ser sincero, sincero, sincero, estava convencido que ia durar mais um tempo. Tinha uma fórmula: um ano e dez meses, que é o tempo que faltava até autárquicas", explicou Marcelo. Contudo, "não quis o destino que fosse assim", lamentou o chefe de Estado, que estava "já a pensar bater o recorde de ter um só primeiro-ministro durante dez anos".

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou o anúncio de pagamento das verbas do PRR para apontar que a taxa de execução "esteve bastante para trás em meados deste ano", apenas recuperando a partir do verão. "Tem de admitir", frisou.

O Presidente da República comentou que "é impossível" António Costa "esquecer-se da política", prevendo assim um regresso rápido do ainda primeiro-ministro à atividade. "Profetizo que mais rapidamente o primeiro-ministro estará a braços com essa vocação natural do que eu estarei no futuro, quando puder lançar-me em causas sociais e educativas, onde haja o mínimo possível de recordação da vida política", ressaltou.

Para Marcelo, a "fórmula governativa" de António Costa foi sufragada "no essencial" por cinco vezes entre 2017 e 2023. Algo que "em democracia não é propriamente irrelevante", opinou.

No mesmo sentido, o chefe de Estado considera que "não é por acaso que o povo português decidiu manter por tanto tempo as suas opções e escolhas relativamente ao Presidente e ao Governo". Por isso, diz que os portugueses têm "de admitir que cumpriram uma missão" - até os mais críticos.

[atualizado às 19h09]

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