05 jan, 2024 - 12:59 • Olímpia Mairos
O socialista Ascenso Simões despediu-se, esta sexta-feira, dos militantes do Partido Socialista, através de uma publicação no Facebook.
“Começa hoje o Congresso Nacional do PS. Será o último em que participarei”, anuncia o antigo governante socialista e membro da comissão política.
Quanto ao futuro do partido, o histórico socialista, natural de Vila Real, diz que “será o que os militantes quiserem”, acreditando, no entanto, que “será uma coisa completamente diferente do que vivemos até aqui”.
Sublinhando que “os tempos da previsibilidade e da estratégia de médio prazo terminaram e o imediatismo e a informalidade determinam as agendas em todas as democracias do mundo”, Ascenso Simões aponta a “tempos muito interessantes”, mas para os quais diz temer “não conseguir integrar todas as latitudes para a análise política cuidada, como sempre quis fazer”.
Na publicação, Ascenso Simões faz como que um resumo da sua envolvência, enquanto militante do Partido Socialista, e assinala que esteve 43 anos em funções em órgãos nacionais da Juventude Socialista e do Partido Socialista e que passou por todos os órgãos, tendo sido coordenador de uma secção da JS, presidente de uma concelhia do PS, e membro de respetivos Secretariados Nacionais.
“Estive no Congresso de 1981, o tal que fez com que fosse possível rever a CRP, em 1982, e permitir acabar com o período revolucionário; estive no Congresso de 1991, o que permitiu que o PS passasse a ser o maior partido autárquico e nos levou à primeira governação; estive no Congresso de 2004, o que autorizou a primeira maioria absoluta; estive no Congresso de 2014, na altura muito doente, o que nos deu a mais longa experiência de Governo. Até hoje”, lê-se na publicação.
“De todos os que passaram também por todos os órgãos, que vêm da década de 1970 e foram governantes, só restará o Carlos César que será ‘proprietário’ da nossa história conjunta”, escreve.
O antigo deputado, líder parlamentar, e governante do PS revela que grande parte do que é “deve-se aos milhares de socialistas” com quem conviveu e “às centenas” de quem é “amigo” e, em espécie de aviso, escreve que “podem descansar agora” da sua “frontalidade”.
“A distância faz as pessoas melhores. Espero que seja isso que aconteça nas vossas memórias sobre mim”, conclui.