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24.º Congresso do PS

Carlos César acusa Marcelo de não fazer “o que lhe era politicamente devido”

06 jan, 2024 - 12:01 • João Pedro Quesado

Reeleito presidente dos socialistas com mais de 90% dos votos, César juntou-se aos ataques ao Presidente da República, e sublinhou que Pedro Nuno Santos é o “líder que desejámos” para derrotar uma direita “embusteira”.

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Carlos César tocou, este sábado, o mesmo diapasão afinado por António Costa no primeiro dia do congresso do PS, atacando Marcelo Rebelo de Sousa pela decisão de convocar novas eleições legislativas. O presidente do Partido Socialista considera ainda que o partido é “uma proposta de governo com uma nova ambição e sentido de responsabilidade” após a eleição de Pedro Nuno Santos.

Para o dirigente socialista, Portugal “devia ter sido poupado a esta interrupção gerada pela decisão do Presidente da República”, que convocou eleições antecipadas para a Assembleia da República.

“É hoje amplamente reconhecido que, nas circunstâncias então difundidas, o primeiro-ministro fez o que lhe era institucionalmente requerido, mas o Presidente da República, em resposta, não fez o que politicamente era devido”, disparou Carlos César.

Mas o presidente do partido, reeleito durante este 24.º Congresso do PS, declarou que “o que lá vai, lá vai”, e que este é o momento de “mostrar aos portugueses o líder que temos”, um líder “que desejámos”, assegurou.

“Somos uma proposta de governo com uma nova ambição e sentido de responsabilidade, uma alternativa apoiada no país inteiro por socialistas e não socialistas, e merecemos ser uma proposta eleitoral ganhadora, para derrotarmos a direita mais embusteira, mais radical e mais desvalorizadora do Estado e dos direitos dos cidadãos que já tivemos em Portugal desde o 25 de Abril”, exclamou perante um pavilhão ainda a encher-se de delegados e militantes.

Para César, que preside ao PS desde que António Costa se tornou secretário-geral, “os portugueses querem políticos que falem sobre o que interessa realmente aos portugueses, e que não só digam o que pensam como deem garantias de fazerem o que dizem”.

“Pedro Nuno Santos é um político assim. Frontal e sem receios de mostrar quem é. É disso que o país precisa”, sublinhou Carlos César.

De olhos postos no período eleitoral dos próximos meses, o presidente do PS sublinhou que os socialistas vão “aprendendo com os erros” e são “estimulados pelos êxitos”, mas que têm “razões para se orgulharem do seu contributo para um Portugal melhor e da confiança que, repetidamente, granjearam do povo português”.

Mudança de governo nos Açores é “decisiva”

Carlos César alerta que, “apesar de tudo” o que foi feito “nestes últimos oito anos”, não falta trabalho: “há sempre muito para fazer e há sempre muito para mudar”.

Antes de elencar os desafios que o partido enfrenta na administração pública, na educação, no Serviço Nacional de Saúde, no reforço dos rendimentos e do Estado Social – entre outros capítulos -, César não esqueceu a região autónoma que liderou entre 1996 e 2012.

“Nestes últimos três anos, infelizmente, tivemos no governo regional, à semelhança do que teríamos no país se a direita ganhasse as próximas eleições nacionais, um governo de um jogo “sem rei nem roque”, onde cada partido, da direita à extrema-direita, disputa o seu bocado de poder e pouco mais quer saber do que como lucrar com ele”, acusou o dirigente socialista.

Nos Açores, tal como no país, “a mudança de governo” é “decisiva para inverter a degradação financeira, económica e social que ali tem acontecido”.

O 24.º Congresso do PS, que entroniza Pedro Nuno Santos como secretário-geral do partido, começou na sexta-feira e decorre até domingo. O novo líder socialista vai discursar este sábado, durante a hora de almoço.

[notícia atualizada às 12h33]

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