06 jan, 2024 - 16:42 • João Pedro Quesado
José Luís Carneiro lançou um aviso ao PS de Pedro Nuno Santos: há um compromisso com o “equilíbrio e a estabilidade” no Orçamento do Estado, e esse compromisso é para “honrar”. Ao contrário do novo secretário-geral, o candidato derrotado à liderança do Partido Socialista não deixou de lado o tema da reforma da justiça.
No 24.º Congresso Nacional do PS, o ex-secretário-geral adjunto do partido olhou para a bancada em que Pedro Nuno Santos está sentado para recordar que os socialistas têm “o compromisso claro no qual estamos todos unidos, o equilíbrio e a estabilidade da política financeira e orçamental”.
“Todos temos, em primeiro lugar, que honrar o compromisso com o Orçamento do Estado”, referiu José Luís Carneiro, antes de enumerar o que considera serem os benefícios do documento que foi aprovado para 2024.
Colocando o PS no centro do “maior esforço de desconcentração de poderes de que há memória”, o ministro da Administração Interna considera que é o PS que tem de liderar “um movimento de debate nacional para avançarmos com a regionalização, com a reforma do sistema político, e também com o diálogo alargado para a reforma do sistema de justiça”.
O tema da justiça foi deixado de lado por Pedro Nuno Santos no discurso deste sábado, mas José Luís Carneiro não se ficou por uma breve menção - apesar de estar a exceder o tempo que tinha para falar.
O dirigente socialista virou-se outra vez para o novo secretário-geral, expressando-lhe a disponibilidade do partido para o objetivo de “alargar o debate a toda a sociedade”. “Magistrados, advogados, demais profissionais da justiça, a academia, os partidos políticos” e até “a comunicação social”, todos serão chamados para “garantirmos a reforma do sistema de justiça que dê maior celeridade, transparência e prestação de contas ao seu exercício”.
José Luís Carneiro definiu o PS como um partido de matriz “popular, interclassista, identificado com o valor do trabalho, e capaz de dialogar com todos os setores da realidade portuguesa”.
É isso que faz do Partido Socialista “o grande partido dos compromissos para o progresso”, assim como “o partido da previsibilidade e da estabilidade no serviço a Portugal”.
O ministro da Administração Interna lembrou que, num mundo “em conflito e em guerra”, com “a polarização e radicalização das sociedades”, é necessário “mobilizar todos para combater os extremismos e para construir um espaço de diálogo e despolarização da sociedade”.
O alerta vem com três exemplos: o ataque ao Capitólio, nos Estados Unidos da América, por apoiantes de Donald Trump; a invasão do Palácio do Planalto, no Brasil, por apoiantes de Jair Bolsonaro; e a receção dos deputados do Chega a Lula da Silva, Presidente do Brasil, na Assembleia da República.
[atualizada às 17h38]