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Moedas diz que é um "golpe" o que se está a "viver em jornais de referência"

06 jan, 2024 - 00:12 • Lusa

Carlos Moedas partilhou ainda uma experiência pessoal passada com o seu pai, que era jornalista, para dizer que está solidário com os jornalistas do grupo GMG, que detém títulos como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF, O Jogo, Dinheiro Vivo e Açoriano Oriental.

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O presidente da Câmara de Lisboa afirmou esta sexta-feira que é um "golpe" aquilo que está a "viver em jornais de referência" e de "confiança" e defendeu que isto é "um aviso" para se valorizar a classe jornalística.

Carlos Moedas falava na cerimónia da 38.ª edição de entrega dos Prémios Gazeta, que hoje decorreu nos Paços do Concelho, em Lisboa, num evento em que a situação que atravessam os jornalistas da Global Media Group (GMG) esteve presente nos discursos dos premiados.

"O que estão a fazer a estas redações e aquilo que o meu pai sempre me contava é que nestes momentos tão difíceis é que no fundo estão a limitar o vosso espaço, a vossa atividade, a vossa liberdade e, ao limitar o espaço dos jornalistas, ao limitar a vossa atividade, a vossa liberdade, estamos apenas só e sempre a fragilizar a democracia", afirmou.

E "é isso que muitos não percebem e é isso que nós que temos repetir, é a nossa obrigação, a obrigação dos políticos que acreditam neste jornalismo livre e independente sempre de o dizer todos os dias porque é um golpe aquilo que estamos a viver em jornais de referência, de confiança para todos nós portugueses", sublinhou Carlos Moedas.

Portanto, "é um aviso para valorizarmos a vossa profissão, para valorizar a classe jornalística, para dar valor e não precariedade, para dar estabilidade e não instabilidade", prosseguiu o presidente da autarquia.

Carlos Moedas partilhou ainda uma experiência pessoal passada com o seu pai, que era jornalista, para dizer que está solidário com os jornalistas do grupo GMG, que detém títulos como o Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF, O Jogo, Dinheiro Vivo e Açoriano Oriental.

"Aquilo que sinto e as palavras que disse imediatamente publicamente sobre este caso que estamos a viver com a Global Media são palavras sentidas de quem viveu em sua casa o que é o seu pai" não receber o salário ao fim do mês.

"Penso que nunca o disse publicamente, mas a angústia é tão grande para as famílias que hoje não só para os jornalistas que aqui estão, mas para as vossas famílias, para essas a minha palavra de grande solidariedade", rematou.

Em 28 de dezembro, a Global Media informou os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira é "extremamente grave".

A Comissão Executiva não se comprometeu com qualquer data para pagar os salários de dezembro, mas sublinhou que estava a fazer "todos os esforços" para que o atraso seja o menor possível.

Entretanto, o grupo pagou na quinta-feira o subsídio de refeição referentes ao mês passado e os salários aos trabalhadores nos Açores.

O programa de rescisões na Global Media termina em 10 de janeiro, dia para o qual também foi convocada uma greve dos trabalhadores do grupo.

Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".

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