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Análise da editora de política da Renascença

Análise. O PS divorciou-se de Marcelo. E agora?

07 jan, 2024 - 20:02 • Susana Madureira Martins

O PS abriu o livro e fez tiro ao boneco ao Presidente da República pela decisão de dissolver o Parlamento. A questão é que preço irão pagar os socialistas pela dissolução da relação com Marcelo Rebelo de Sousa.

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"Quero ter um bom relacionamento com o Presidente da República". Pedro Nuno Santos fez de polícia bom com esta frase e o resto do universo socialista fez de polícia mau durante o Congresso deste fim-de-semana.

Depois de um ataque massivo a Marcelo Rebelo de Sousa por parte de socialistas mais e menos notáveis, como é que o PS vai relacionar-se com o Presidente da República daqui para a frente? A relação dissolveu-se. Teremos uma maioria absolutamente contra o chefe de Estado? Toda, menos o líder do PS?

O novo líder do PS tem-se assumido como herdeiro de António Costa. Pois, herda também a raiz de um ódio do PS a Marcelo que o primeiro-ministro demissionário não quis nem quer travar. E Pedro Nuno quer?

Quando apresentar cumprimentos em Belém, Pedro Nuno Santos vai dizer o quê a Marcelo? Que não foi a sério? Ou teremos uma sessão de hipocrisia mútua? É altamente duvidoso que o Presidente da República deixe passar em claro o facto de os socialistas lhe terem atirado chumbo grosso.

Mesmo politicamente fragilizado pelo caso das gémeas, Marcelo terá, provavelmente, agora ou depois, uma resposta escorpiónica. Pedro Nuno Santos também é herdeiro de uma escolha de António Costa que não quis apoiar publicamente um candidato presidencial nas duas últimas eleições.

O novo líder socialista nunca foi adepto dessa opção e para deixar já tudo claro anunciou ao Congresso que em 2026 o PS apoiará uma candidatura presidencial própria. Em que estado é que este PS lá chegará é outro ponto de interrogação.

Sobre tudo isto, talvez o PS devesse ouvir, de novo, a intervenção de Francisco Assis no Congresso de Lisboa, onde o antigo líder parlamentar pediu ao partido que não faça campanha "com base no medo, nem com base no ressentimento de qualquer espécie".

Comentários
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  • Anastácio José Marti
    08 jan, 2024 Lisboa 09:24
    Tão amigos que eles eram, apesar de sempre terem sido amigos de conveniência e agora nem se podem ver. Como qualificar esta suposta amizade por parte de quem a assume no exercício das funções inerentes aos cargos que ocupam e pelos quais são remunerados pelo erário público português? Como podem os portugueses acreditar e dar algum créditoa políticos que destas vergonhosas formas se comportam em nome dos órgãos de soberania portugueses?
  • ze
    08 jan, 2024 aldeia 08:30
    Agora?....vamos ter selfies tristes e menos viagens.

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