07 jan, 2024 - 16:59 • Beatriz Pereira
André Ventura apresentou, na tarde deste domingo, a recandidatura à presidência do partido Chega, por entender que "o trabalho que começou em 2019 ainda não foi concluído"
Em conferência de imprensa, o atual líder diz existe agora "uma oportunidade de ouro para virar a página do socialismo" que "tem empobrecido" o país.
"Seria, por isso, incauto e negligente abandonar o barco nesta altura, quando sentimos que é, mais do que nunca, exigido pelos portugueses esforço, dedicação, perseverança e sacrifício para que possam ter, dia 10, a mudança por que tanto esperam”, afirmou.
Ventura assume que se candidata ao Chega com um objetivo “ambicioso, difícil, mas claro”: vencer as eleições legislativas do dia 10 de março, mesmo "sabendo que é um caminho difícil" e que "quebrar a bipolarização do sistema português de há 50 anos é uma tarefa de difícil realização”.
“Tem sido feito um esforço de sermos reconhecidos pelos portugueses como o único partido que quer, efetivamente, mudar a forma de fazer política”, apontou.
O líder do partido, com cinco anos de existência, acredita que o "caminho nunca será fácil com dois partidos que se acoplaram ao sistema de Estado e aos seus lugares e daí não querem sair", referindo-se ao Partido Socialista e o Partido Social Democrata.
"São dois partidos que escravizaram a mentalidade dos portugueses como se fossem a última alternativa, mesmo que agora, as sondagens, pela primeira vez, indiquem uma terceira possibilidade de vitória”, afirmou.
Ventura fixa como objetivo ficar à frente da colig(...)
André Ventura defendeu que "o país não pode ficar refém" da discussão "interminavelmente se há coligações, alianças e se uns por capricho não querem fazer alianças com A, B ou C", carregando no botão da "mudança" que o "país precisa".
"Quem não está disposta a fazê-la não devia estar nesta corrida eleitoral”, disse.
O líder do Chega acredita que "só vencendo as eleições, ainda para mais no cenário fragmentado em que se encontra a direita portuguesa" é que "pode levar a cabo as mudanças" que quer fazer.
No discurso, admitiu que a sua nova candidatura pretende “criar uma maioria de direita no espectro parlamentar ao longo dos próximos anos”, quebrando “o permanente sequestro do Partido Socialista e pela esquerda portuguesa das instituições".
André Ventura propôs ainda uma reforma à justiça portuguesa, lembrando que o 24.º Congresso do PS, que terminou este domingo, mostra o porquê de ser "tão importante que a reforma da justiça seja feita e a justiça protegida".
Já sobre as últimas eleições autárquicas, lembra a "surpresa" que foi o partido ter conseguido eleger vários vereadores e autarcas pelo país, desejando uma “implementação forte" do Chega em Portugal.
Ventura notou ainda a ambição "de uma grande vitória nas eleições europeias de 2024", anunciando um "um candidato às presidencial próprio nas eleições que levarão à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa".
"Os portugueses precisam de estabilidade, frontalidade, honestidade e transparência", referiu. "Estamos prontos para os desafios".