08 jan, 2024 - 07:00 • Tomás Anjinho Chagas
Pedro Silva Pereira, eurodeputado do PS, considera que "a Europa deseja que António Costa tenha um futuro na Europa". Em declarações à Renascença durante o 24º Congresso dos socialistas, o vice-presidente do Parlamento Europeu lembra que se o ainda primeiro-ministro quiser prosseguir a sua carreira num alto cargo europeu "não depende" apenas da sua vontade.
"Ele é um construtor de pontes, um negociador com muito talento, alguém que é capaz de construir soluções e que é muito reconhecido não apenas na família [europeia] socialista, mas muito para além dela", sublinha Pedro Silva Pereira.
António Costa já era apontado como um dos nomes para cargos como a presidência do Conselho Europeu, presidência do Parlamento Europeu ou chefe da diplomacia europeia, mas com a queda do Governo e o encurtar do calendário o tema vai-se tornando cada vez atual.
Este domingo o jornal belga De Standaard revela que o atual presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vai abandonar o cargo e concorrer às europeias com a mira na presidência do Parlamento Europeu, o que deixa o lugar no Conselho vazio.
Pedro Silva Pereira acredita que "os grandes líderes europeus sabem que António Costa seria sempre uma mais-valia no projeto europeu".
No entanto, o eurodeputado lembra que o ainda primeiro-ministro já disse que não vai voltar à vida pública enquanto não tiver a situação na justiça resolvida. E Pedro Silva Pereira considera que o Ministério Público deve esclarecimentos: "A justiça deve isso a todos os cidadãos, não os pode deixar pendurados uma eternidade".
O vice-presidente do Parlamento Europeu pede que as pessoas "não sejam condenadas na praça públicas e impedidas de prosseguir a sua vida pessoal e política".
O Congresso do PS ficou marcado por várias críticas à justiça e à atuação do Ministério Público no âmbito da Operação Influencer.
Este sábado a Renascença avançou que Pedro Silva Pereira vai manter-se na Comissão Política Nacional. O próprio justifica-o lembrando que apoiou Pedro Nuno Santos na corrida interna do PS e fala numa "continuidade" neste órgão do partido.