09 jan, 2024 - 22:36 • Lusa
O líder do PCP, Paulo Raimundo, colocou hoje ao lado dos elementos das forças de segurança em protesto por melhores condições de trabalho e salários, ao considerar que as suas reivindicações e preocupações são justas.
"São reivindicações e preocupações que são justas, problemas até sobre os quais temos proposto um conjunto de soluções para resolver, mas, infelizmente, não temos sido acompanhados por outros", afirmou.
Paulo Raimundo falava aos jornalistas no final da sessão de apresentação da lista de candidatos da CDU pelo círculo de Évora nas próximas eleições legislativas, realizada no Palácio D. Manuel, na cidade alentejana.
Considerando que os problemas dos polícias "já são antigos", o secretário-geral comunista referiu que agora foi a "gota de água" por o Governo ter deixado de fora os elementos da PSP, GNR e outros do suplemento atribuído à Polícia Judiciária (PJ).
"Não está em causa o aumento do apoio aos elementos da PJ. É justo e devido, mas não podia deixar de fora estes profissionais", pois, ainda que "tenham diferentes missões, o risco que correm é igual para todos", defendeu.
O Governo do PS, concluiu Paulo Raimundo, "tem todas as condições, mesmo na situação em que está [em gestão], para resolver esta questão".
Na apresentação dos candidatos por Évora, cuja lista é encabeçada pela atual deputada Alma Rivera, o líder do PCP apelou ao voto na CDU e criticou o PS por causa da "chuva de promessas" no mais recente congresso dos socialistas.
"Alguém sente que os problemas diários e graves que enfrenta na falta de médicos, de acesso à saúde, à habitação, os baixos salários, os horários desregulados, as pensões curtas, o aumento do custo de vida, na injustiça e desigualdades tiveram resposta naquela chuva de promessas?", questionou.
Já em relação aos partidos da direita, Paulo Raimundo colocou todos no mesmo "saco" ao salientar que os que continuam no PSD e no CDS e também os que estão no Chega e na Iniciativa Liberal apoiaram as políticas de "governos de má memória para o povo".
"Sim lá estavam todos no governo da "troika", no governo da agressão ao povo e ao país, dentro ou a apoiá-lo, PSD, CDS, Chega e IL no corte das pensões, nos cortes dos salários, no roubo dos feriados e do subsídio de férias", frisou.
Num discurso de 20 minutos, o dirigente comunista considerou que a proposta do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, para que o salário mínimo atinja os mil euros em 2028 "não é uma visão de futuro", mas sim "um apelo à contenção dos salários".
"O que os trabalhadores precisam é de mil euros de salário mínimo agora, este ano, em 2024, porque é agora que os trabalhadores estão a ter dificuldade em fazer chegar o salário até ao final do mês", acrescentou.