12 jan, 2024 - 15:48 • Carla Fino
O primeiro-ministro demissionário carregou o botão da plataforma da Imprensa nacional Casa da Moeda, que formaliza a construção do troço de alta velocidade juntamente com o presidente da Infraestruturas de Portugal, Miguel Cruz. "Se alguém tem alguma coisa a dizer, é agora ou cale-se para sempre", rematou António Costa bem humorado.
Nesta primeira fase, o troço da linha corresponde a 71 quilómetros entre Porto-Oiã, no distrito de Aveiro, e acontece a poucos dias do final do prazo para Portugal candidatar-se aos fundos comunitários de 729 milhões de euros. Um longo caminho, nas palavras de António Costa, que elogiou a maturidade democrática dos partidos. O primeiro-ministro destaca o consenso político alargado, necessário para que fosse possível avançar com a ferrovia de alta velocidade: "Era importante construir estes consenso, o que me cumpre regozijar", refere o primeiro-ministro demissionário lembrando que, para que este caminho se concretizasse, foi preciso "parar, deixar o tempo correr".
Costa diz mesmo que houve um tempo em que teve "de gerir esse silêncio e devo dizer que esse silêncio se revelou bastante positivo".
No discurso que marcou a cerimónia, não foram esquecidos os antecessores com a pasta das Infraestruturas com elogios a Pedro Nuno Santos que, "de facto, foi o grande impulsionador deste projeto, da visão da ferrovia como um potencial de um grande 'cluster' económico para a economia nacional", segundo António Costa.
Perto do final do discurso, o ainda chefe do executivo confessou que no governo de António Guterres, em 1995, gostaria de ter sido secretário de Estado dos Transportes, mas acabou na pasta dos Assuntos Parlamentares. Ao fim destes anos de carreira política, "e por linhas muito tortas" - numa referência à demissão de João Galamba devido à Operação Influencer - "lá acabei por ser ministro das infraestruturas", diz António Costa.
O projecto do comboio de alta velocidade, cuja abertura do concurso para a construção do primeiro troço, está dividido em três fases: troço Porto-Soure (distrito de Coimbra), Soure-Carregado (concelho de Alenquer, distrito de Lisboa) e Carregado-Lisboa.
A primeira fase foi ainda subdividida em dois lotes, o primeiro dos quais correspondendo a Porto - Oiã, no distrito de Aveiro, num traçado de cerca de 70 quilómetros numa linha preparada para os 300 km/hora.
No total, estima-se que o projeto Porto-Lisboa tenha um custo de 4,5 mil milhões de euros.