17 jan, 2024 - 13:26 • Olímpia Mairos
O partido Chega descarta responsabilidades na alegada agressão a um jornalista do semanário Expresso, ocorrida durante um evento realizado na Universidade Católica Portuguesa.
Em comunicado, o partido de André Ventura “nega qualquer responsabilidade na organização do evento, bem como na definição das normas de acesso ao mesmo, quer de participantes, quer da comunicação social”.
No texto nega-se também “qualquer responsabilidade, quer na entrada do jornalista no evento quer na sua expulsão, até porque, como convidado, não é da sua competência definir quem pode estar ou não presente”.
O partido “lamenta a situação criada no evento organizado pelas associações de estudantes das faculdades de Direito e Ciências Sociais e Humanas da Universidade Católica Portuguesa" e “repudia qualquer tentativa de condicionamento ou limitação do direito à informação e intimidação de jornalistas”, lê-se na nota enviada às redações.
De acordo com a mesma nota, “aquilo que foi comunicado aos jornalistas por parte da assessoria de imprensa do Chega foi que o presidente do partido falaria à comunicação social no início do evento”, realçando que “foi isso mesmo que aconteceu, com o respetivo acompanhamento por parte da assessoria de imprensa do partido”.
“A partir do momento em que o presidente do Chega e toda a sua comitiva entraram no anfiteatro para dar início à palestra, o controlo do evento ficou completamente nas mãos dos anfitriões, sendo os mesmos responsáveis pela acreditação dos presentes e pela definição das regras de quem podia e não podia assistir ao evento”, lê-se.
Por fim, o Chega “saúda eventos deste tipo, pelo pluralismo e importância para o debate livre de ideias e para a democracia”.
Na terça-feira um jornalista do Expresso terá sido alvo de agressão durante uma iniciativa, que decorreu na Universidade Católica (UCP), com a participação de André Ventura.
Em comunicado, a UCP já veio repudiar “qualquer tentativa de limitação do direito à informação e a intimidação de jornalistas”, rejeitando a “manipulação deliberada das normas de acesso ao evento pelo partido convidado”.
A UCP esclareceu ainda que “o ciclo de Conversas Parlamentares é organizado por estudantes com o objetivo de esclarecer as propostas para o país sob a forma de um debate livre e não uma organização dos partidos” e reafirmou “a importância do debate esclarecido para o reforço da democracia, da qual faz parte intrínseca a defesa de uma imprensa livre, independente e bem formada”.